Com o período chuvoso, é preciso redobrar os cuidados para eliminar os focos do mosquito da dengue
Foto: Reprodução
O Ministério da Saúde adverte para a urgência na prevenção das arboviroses entre os meses de outubro deste ano a maio de 2025; período sazonal da dengue acende alerta para nova onda epidêmica
Após um curto momento de alívio, com o início do período chuvoso é preciso estar atento para os perigos da dengue. Neste mês de outubro teve início o novo período sazonal da doença e outras arboviroses que, segundo o calendário epidemiológico do Ministério da Saúde, vai até maio do próximo ano.
No último verão, todos os estados brasileiros sofreram drasticamente com surtos da dengue. Agora, sob uma nova onda de calor e com a chuva, forma-se uma tempestade perfeita para a chegada de crises ameaçadoras na saúde.
No mês de setembro, o Ministério da Saúde publicou um plano de ação para redução das arboviroses. Segundo a pasta, o período chuvoso que se inicia já pede por respostas mais intensas, especialmente baseadas no que melhor funcionou durante as últimas epidemias.
De janeiro a agosto, cerca de 6 milhões e meio de casos prováveis de dengue foram notificados no Brasil, um aumento de 300% comparado ao mesmo período no ano anterior. Para o cenário atual, reuniram-se aprendizados para formular estratégias em diversos eixos de ação para melhorar esses índices.
A expectativa do governo federal é promover uma colaboração entre instituições públicas e privadas, bem como as organizações sociais. Isso para que, juntamente com as prefeituras e com forte participação dos moradores, possa ter um combate eficaz para eliminar focos dos mosquitos nos quintais e lotes vagos, terrenos baldios e áreas de descarte de inservíveis, que precisam ser mantidos limpos sem recipientes que possam reter água da chuva.
Monitoramento inteligente
É no período chuvoso que aumenta a proliferação de arboviroses (mosquito Aedes aegypti , principalmente).
Em Itabira, desde setembro um programa de Monitoramento Inteligente da Dengue (MI-Aedes), criado em parceria público-privada, firmada entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a empresa Ecovec, acompanha em tempo real como está a propagação do mosquito Aedes aegypti – especialmente as fêmeas grávidas.
O sistema de monitoramento é realizado por meio da instalação de armadilhas para a captura do vetor. A partir daí, detecta-se o vírus do mosquito, antecipando o resultado da circulação viral, qual seja, o nível de infestação.
Além disso, o monitoramento permite conferir a incidência, ou não, dos quatro sorotipos da dengue (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4), além da Zica, Chikungunya e Febre amarela.
Com o monitoramento em toda a cidade, e com a instalação de armadilhas, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) tem como implementar medidas eficazes de prevenção e controle do vetor.
Com a estiagem e as ações desencadeadas de controle e erradicação de focos do mosquito, no mês de agosto Itabira registrou índice de 0,3%, o menor já verificado no município, conforme último Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa).
Contribuiu para isso, além da estiagem, um maior controle e ações preventivas desencadeadas pelos Agentes de Combate às Endemias (ACE) – e também a participação efetiva dos moradores na eliminação dos focos do mosquito, assim como a estratégia integrada de combate às arboviroses, tendo como aliado o monitoramento pelo sistema MI-Aedes.
Índices inferiores a 1% são considerados de risco ideal e indicam uma situação controlada. Mas agora, com o período chuvoso, as atenções precisam ser redobradas, pois o perigo muitas vezes mora ao lado e ou mesmo dentro de casa.
Combate é dever de todos
Daí que a população deve se manter atenta e vigilante com o retorno do bem-vindo período chuvoso. É preciso manter todos os cuidados que temporada requer para impedir que o mosquito prolifere descontroladamente, como ocorreu em períodos anteriores em Itabira e em Minas Gerais, assim como em outras regiões do país.
Para impedir o surgimento de surtos das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti como Dengue, Chikungunya, Zika e Febre Amarela, é imprescindível a participação efetiva da população eliminando todas as condições que favorecem a proliferação de focos do mosquito nos quintais, lotes vagos terrenos baldios e em todos os depósitos de material inservível que possa acumular água da chuva.