Itabira já registra 10 mortes suspeitas por dengue, enquanto Minas tem 36 óbitos confirmados. Dias piores podem vir

Limpeza do cemitério da Paz. Falta fazer o mesmo no Cemitério do Cruzeiro

Foto: Divulgação/PMI

A situação da epidemia de dengue em Minas Gerais e no Brasil é preocupante, como é também em Itabira que registra, nesta quinta-feira, 10 óbitos em investigação, ainda não confirmados pelo laboratório da Fundação Ezequiel Dias (Funed), instituição responsável pela vigilância laboratorial dos casos suspeitos das doenças de notificação compulsória em Minas Gerais, como é o caso da dengue e das demais arboviroses.

Em Minas Gerais, já são 36 óbitos confirmados por complicações com a dengue hemorrágica, que ocorre quando as plaquetas caem em decorrência da contaminação pelo vírus. Outros 147 casos ainda estão sendo investigados pela Funed, que não tem dado conta de analisar todos os casos, tamanha tem sido a demanda.

Minas Gerais decretou situação de emergência devido ao surto de dengue em janeiro, diante da perspectiva de o estado registrar o maior número de casos da série histórica neste ano, em comparação com a situação epidêmica em anos anteriores.

No Brasil, no ano passado foram notificados 899.5 mil casos prováveis de dengue, com 333 óbitos confirmados. Neste ano, de acordo com dados do Painel de Monitoramento das Arboviroses do Ministério da Saúde, o país já registra 135 mortes por dengue, além de 481 casos em investigação.

Isso enquanto os casos prováveis da doença, já se tem mias 716 mil casos notificados. A indicência nacional é de 321,9 casos por 100 mil habitantes.

Situação em Itabira

Já em Itabira, onde o município decretou situação de emergência em julho de 2023, quando a Prefeitura contratou mais 80 agentes de combate aos focos do mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, a zika, a chikungunya e a febre amarela, até nessa quarta-feira (21), segundo boletim epidemiológico, o registro é de 12.541 casos notificados.

Desse total, 8.844 casos ainda estão sendo investigados e 3.697 casos foram positivados, com 79 pacientes internados nos hospitais da cidade.

A situação é grave e a tendência é de piora nos próximos dias, uma vez que historicamente o número de casos aumenta nos meses março e abril, com as chuvas mais torrenciais e clima quente.

Mas essa tendência pode ser revertida se houver eficácia nas medidas de profilaxia, tanto pela Prefeitura, que contratou serviços de limpeza em áreas públicas, como também pela atenção que todos devem ter para não deixar água parada em casa, nos quintais e lotes vagos.

A prefeitura tem promovido mutirão de limpeza em vários pontos da cidade. Já fez limpeza no cemitério da Paz, mas precisa retornar com urgência ao cemitério do Cruzeiro. Aqui na redação da Vila de Utopia estamos recebendo muitas reclamações de moradores vizinhos do cemitério.

A prefeitura fez capina recente por lá, mas não foi suficiente. O mausoléu das irmãs do Colégio Nossa Senhora das Dores permanece com água parada, assim como em muitos vasos de flores. Em decorrência, muitos moradores vizinhos estão infectados e dizem que o foco principal está no cemitério.

O mausoléu das irmãs do Colégio Nossa Senhora das Dores continua com água parada no cemitério do Cruzeiro. Moradores vizinhos reclamam de uma maior incidência do mosquito e muitos já estão com dengue (Foto: Carlos Cruz)

Saiba mais

A dengue é uma doença transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti, que pode causar febre, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, manchas vermelhas na pele, entre outros sintomas. E pode levar à morte, como tristemente se constata, em decorrência da dengue hemorrágica.

Segundo o Ministério da Saúde, a circulação do sorotipo denv2 e o retorno da circulação do sorotipo denv3 são motivos de preocupação. Isso pelo fato de a maioria das pessoas está sem imunidade para esses soropositivos. Daí que uma infecção pode gerar casos mais graves.

Nessa circunstância de epidemia, a prevenção com o combate ao mosquito Aedes aegypti é a melhor arma para impedir a propagação dessas doenças, com as consequências assustadoras: mortes e sequelas muitas vezes irreversíveis.

Outra medida de combate é o fumacê, por meio de inseticida que mata apenas o mosquito adulto. Trata-se de uma medida emergencial empregada em situação de surto, como o de agora, com o inseticida Cielo-ULV, aprovado pelo Ministério da Saúde e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), por ser mais seguro que o inseticida anteriormente utilizado, o Marathon.

A eliminação de água parada em casa, nos quintais e lotes vagos é a medida mais eficaz para combater os focos do mosquito transmissor do vírus da dengue (Foto: reprodução)

Entretanto, mesmo sendo mais seguro, não é a medida mais recomendada por utilizar agrotóxico prejudicial ao meio ambiente e à saúde humana, principalmente em pessoas com doenças respiratórias, cuja incidência é alta em Itabira. A fumaça expelida pode aumentar a concentração de monóxido de carbono, hidrocarbonetos e partículas finas no ar.

Daí que a melhor forma de prevenir a dengue é eliminar os possíveis criadouros do mosquito, como recipientes que acumulam água parada, pneus, garrafas, vasos de plantas, caixas d’água, entre outros. É também importante usar repelente, mosquiteiro e roupas que protejam a pele das picadas, principalmente na parte da manhã e no cair da tarde, cobrindo pernas e braços.

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