Itabira já está em festa pelos 121 anos do nascimento de Carlos Drummond de Andrade. Participe

Exposição Portinari Negro, na praça do Areão

Fotos: Carlos Cruz

Desde o início de outubro, e mais agora com o início da 22ª Semana Drummondiana, Itabira vira, provisoriamente, a capital brasileira da poesia, e não pelo ano inteiro, se for “só” pelo fato de Carlos Drummond de Andrade ter nascido nesta cidade ainda mineral, há 121anos que se completam neste 31 de outubro.

É que se assim fosse reconhecida, seria uma injustiça com tantas cidades brasileiras, berços de tantos outros grandes poetas e poetisas.

No dia do aniversário de Drummond tem início a terceira edição do Festival Literário Internacional de Itabira (3º Flitabira), juntamente com o I Festival Literário de Viola Caipira, mais uma homenagem ao autor de Viola de Bolso – e segue até 5 de novembro.

A rigor, o 3º Flitabira já acontece desde o dia 15, com a instalação, na praça do Areão, da exposição Portinari Negro. Essa é a segunda vez que Portinari vem a Itabira, sempre em diálogo com o amigo Drummond.

A primeira foi na primeira edição do Flitabira, com a exposição Ocupação Dom Quixote, Portinari e Drummond, quando foram expostas, também na praça do Areão, 21 ilustrações de Portinari inspiradas no livro Dom Quixote de La Mancha, do escritor espanhol Miguel de Cervantes (1547-1616).

Para cada ilustração, Drummond escreveu um poema, uma combinação perfeita do “biscoito fino” do modernismo que itabiranos e visitantes conheceram na primeira edição do Flitabira, em 2021.

Exposição Portinari Negro, na praça do Areão

Correspondências

Nesta edição do Flitabira, além da exposição Portinari Negro, o festival resgata cartas trocadas entre o poeta e o artista plástico.

E com uma novidade a mais: por obra e inventividade dos pesquisadores de engenharia eletrônica da Unifei, liderados pelo professor Juliano Monte-Mor, Drummond e Portinari vão bater o maior papo por cartas, dando vazão ao tema Arte, Literatura e Correspondências, linha condutora da programação deste ano.

“As vozes foram sintetizadas pelo estudante de engenharia da computação, Ítallo Lobo Leite Carneiro”, conta o professor, satisfeito com a proeza eletrônica do seu aluno.

Para obter a voz de Drummond não foi difícil. Além de algumas (poucas) entrevistas, há ainda disco por ele gravado com os seus poemas.

Já a voz do pintor, até recentemente sem registro, só foi obtida quando o Projeto Portinari, presidido por João Candido Portinari, seu filho, descobriu uma entrevista dele, em 1946, para uma rádio francesa. São apenas 59 segundos com Portinari falando em francês.

Mas foram suficientes para os estudantes da Unifei captarem a sua voz. A leitura da carta de Portinari para Drummond é realizada pelo filho João Cândido Portinari. Já a missiva de Drummond para o amigo pintor é lida pelo neto Pedro Graña Drummond.

Mas as vozes ouvidas nas duas leituras das cartas são do poeta e do artista plástico, proeza desse mundo novo que está só começando admirável, nesse caso, mas ainda sem saber o que virá pela frente, certamente com as boas e as más novidades da tal inteligência artificial.

Ouça os áudios:

Voz sintetizada de Drummond lendo carta para Cândido Portinari

WhatsApp Audio 2023-10-27 at 09.27.09(1) WhatsApp Audio 2023-10-27 at 09.27.09(2)

Voz sintetizada de Portinari lendo carta Para Drummond

WhatsApp Audio 2023-10-27 at 09.27.09(2)

Seresta e teatro

A programação da 22ª Semana Drummondiana tem neste sábado o seu terceiro dia, com destaque para a peça Pedro e o Lobo, com o grupo Giramundo, nacionalmente conhecido como teatro de bonecos. Será às 16 horas no Memorial Drummond, no Pico do Amor, Parque Municipal do Intelecto;

Ainda neste sábado, às 21h, também no Memorial Drummond, haverá a apresentação da Seresta ao Luar, com Mauro Silva & seu conjunto musical. Todos os eventos da Semana Drummondiana, e também do Flitabira, são gratuitos.

O objetivo da Semana Drummondiana é estimular a produção literária local, difundir e promover a democratização da leitura.

O tema escolhido para inspirar as atividades e reflexões deste ano é o livro do poeta itabirano A Cor de Cada Um, uma coletânea de crônicas escritas por Drummond ao longo da sua carreira.

A Semana Drummondiana é uma realização da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), com foco na programação voltada para professores e estudantes, incentivando a leitura da obra drummondiana, como também de outros escritores.

Veja a programação completa aqui.

E acesse a programação do Flitabira aqui:

 

 

Posts Similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *