Neste sábado tem Roda de Viola em Ipoema com Rubinho do Vale, Lino Violeiro, Lavadeiras e Estaladores de Chicotes

Fotos: Ascom/PMI

A tradicional Roda de Viola em Ipoema, distrito de Itabira, acontece entre os meses de maio e outubro, sempre em noite de lua cheia de lobisomem e mula sem cabeça

Neste sábado (26), a partir de 20h, a cantoria fica por conta dos músicos Rubinho do Vale e Lino Violeiro, além das atrações locais como as cantigas das Lavadeiras e com os Estaladores de Chicotes, com palco montado na praça Augusto Guerra.

A atração nasceu com o Museu do Tropeiro, inaugurado em 2003, e que conserva acervo histórico do tropeirismo nesta importante região da Estrada Real, que fazia o caminho das tropas entre Diamantina e Paraty (RJ).

Era a rota dos diamantes e do ouro seguindo para fazer riquezas além-mar, com as tropas retornando com o sal do litoral, além de outras encomendas, em uma troca comercial bastante efervescente para a época.

A roda de viola busca resgatar um pouco dessa tradição, geralmente valorizando a autêntica música caipira. E que não é essa que a indústria cultural transformou em cultura pop copiada do country norte-americano, transformada pelo agronegócio em expressão máxima da cultura brega brasileira com as suas sofrências e histórias de cornos, melodias de fácil assimilação pela massa ignara que adora o breganejo.

Rubinho do Vale e Lino Violeiro estão fora dessa sofrência, fazendo jus as suas presenças na Roda de Viola em Ipoema, resgatando a autêntica cultura caipira, sem se contaminar pelo sucesso fácil da indústria cultural breganeja.

A Roda de Viola resgata parte da cultura tropeira. Vindos de Diamantina, os tropeiros ao longo do percurso contavam com as paradas das tropas para descansar após longo e cansativo percurso, entre as quais Ipoema estava incluída, entre Diamantina e Paraty.

Em uma pausa de descanso para matar a fome, era também uma parada de expressão cultural, à luz da lua cheia e do fogo aceso ao chão, quando cantavam as suas modinhas acompanhadas da tradicional viola de dez cordas. E contavam causos folclóricos e lendas da região.

Sacis e Mulas sem Cabeça

Aliás, é preciso retornar com a festa dos Sacis em Ipoema, uma bem bolada alternativa às noites de Halloween, ou Dia das Bruxas, outra cópia da cultura norte-americana, embora não seja originária dos Estados Unidos, e que acontece anualmente em 31 de outubro em várias partes do mundo, antecedendo o culto aos mortos.

A ideia de se fazer a festa dos Sacis, em contraposição ao Halloween, partiu de Elenir Vieira, primeira diretora do Museu dos Tropeiros, uma ideia original para a data que atraia inclusive a cobertura da mídia estadual (TV Globo) e a presença de muitos turistas ao distrito itabirano.

Boas ideias precisam ser repetidas, mesmo que elas não sejam tradição histórica, como não eram também as cantigas das Lavadeiras de Ipoema, para assim virar mais uma atração no calendário turístico do distrito, fomentando ainda mais o turismo rural, ecológico e cultural.

Portanto, agende-se, preparai-vos vossos gibões, bruacas, chapéus, gorros e blusas para esse inverno já não tão frio com as mudanças climáticas.

Neste sábado tem roda de viola em Ipoema com Rubinho do Vale, Lino Violeiro, além de muitas cantigas das Lavadeiras e performances com os Estaladores de Chicotes, porque a noite vai ter lua cheia.

Tudo isso com muita gente animada e feliz nessa Roda de Viola, um grande acontecimento cultural do Mato Dentro itabirano.

Outras atrações

Para quem ainda não conhece Ipoema, a atração da Roda de Viola é um bom motivo para visitar a localidade. Vale a pena chegar mais cedo para conhecer o Museu do Tropeiro, as trilhas ecológicas, o Morro Redondo e as cachoeiras para fazer crioterapia antes de a noite chegar com a lua cheia.

Ipoema é o portal de entrada dessa importante região do Mato Dentro. Uma outra atração turística da região é o povoado Serra dos Alves, no distrito vizinho de Senhora do Carmo.

Fica a um “tiro de espingarda” de Ipoema, como diziam os antigos, com o perdão dos ambientalistas pela má comparação para expressar que está a poucas léguas de distância.

Além desses atrativos, Ipoema dispõe de boas pousadas e restaurantes com comida típica mineira, servindo-se bem como parte da hospitalidade que o ipoemense oferece aos visitantes, para que voltem sempre.

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