Arma de fogo, sem registro, é encontrada em banheiro da Unifei, em Itabira

Foto: Carlos Cruz

Estudantes da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), campus de Itabira, tomaram um susto quando, no dia 23 de maio, por volta de 15h, um aluno encontrou uma arma de fogo “esquecida” no banheiro masculino, no prédio anexo II.

“Ao tomar conhecimento do fato, a direção de Itabira acionou a Polícia Militar, que, prontamente compareceu ao campus. A arma foi recolhida e encaminhada à Polícia Civil para perícia e investigação”, diz nota divulgada pela reitoria da universidade, que acrescenta:

“A reitoria da Unifei e a direção do campus de Itabira vêm acompanhando o caso e já solicitaram apoio da Polícia Militar para reforçar e garantir a segurança nas proximidades do campus.”

Procurado pela reportagem, o delegado regional da Polícia Civil, Helton Cota, confirma ter recebido a arma, um revólver calibre 32, sem registro.

“O caso está sob investigação para saber a possível autoria de quem ingressou e deixou essa arma no campus universitário.”

Segundo informa o diretor de Comunicação da Unifei, Cleber Gonçalves Júnior, o aluno que encontrou a arma, da marca Taurus, imediatamente comunicou a descoberta à direção do campus universitário.

“A arma foi recolhida pela Polícia Militar, que a encaminhou à Polícia Civil, que já está investigando a ocorrência.”

Vigilância

O caso é preocupante, reconhece o diretor de Comunicação, por indicar a facilidade com que essa pessoa entrou com arma de fogo em um espaço público de acesso restrito. Indica a necessidade de reforço da vigilância, para que não volte a se repetir.

A descoberta dessa arma de fogo indica a fragilidade do sistema de vigilância no campus da universidade, o que coloca em risco a segurança de estudantes, professores e funcionários.

Preocupa, sobremaneira, pela onda de violência que tem ocorrido em escolas em várias partes do país.

“Estamos, infelizmente, vivenciando casos de violência em escolas no Brasil, o que antes só víamos no noticiário de ocorrências trágicas nos Estados Unidos, onde as escolas adotaram vigilância armada. Esperamos não ter que chegar a esse ponto”, diz o diretor de Comunicação.

Ainda de acordo com ele, a universidade estuda formas de tornar a vigilância mais eficaz, mas não vê como razoável fazer vistorias, com detector de metais, antes de liberar o acesso ao campus universitário. “São milhares de alunos, professores e funcionários que passam pela portaria todos os dias, isso (a vistoria) seria complicado.”

A universidade mantém vigilância desarmada no campus de Itabira. Conta também com sistema de monitoramento por vídeo. “Estamos discutindo com as polícias Civil e Militar meios de aumentar essa vigilância.”

Armamentismo

O Brasil vive um aumento do acesso às armas de fogo desde que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) editou decretos que flexibilizaram a posse e o controle de armas. Os efeitos foram imediatos: mais de 900 mil armas foram adquiridas legalmente entre 2019 e 2022.

Para reverter essa onda, o presidente Lula assinou portaria, no início de fevereiro, determinando o recadastramento de todas as armas de uso permitido e de uso restrito no Sistema Nacional de Armas (Sinarm), da Polícia Federal.

No caso da arma encontrada na Unifei é ainda mais grave, por se tratar de um revólver sem registro, o que indica ter sido a arma adquirida por meio ilegal, de origem desconhecida para fins criminosos.

É reflexo da política do governo anteior, o que atual governo procura reverter para coibir essa onda armamentista.

Por meio do Decreto 11.366/23, em seu primeiro dia de governo, Lula suspendeu registros para aquisição e transferência de armas de fogo e munições de uso restrito por caçadores, colecionadores, atiradores (CACs) e particulares.

De acordo com Advocacia Geral da União (AGU), é preciso conter o aumento desordenado da circulação de armas no país. A medida teve o aval do Supremo Tribunal Federal (STF), que rejeitou todas as ações que chegaram à corte contra o decreto.

Nota da Unifei (Reprodução)

 

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