Após baseadaço, UFSC concede título de Doutor Honoris Causa a Gilberto Gil

A iniciativa da universidade serviu de resposta à Câmara de Florianópolis, que rejeitou por duas vezes dar o título de cidadão honorário ao músico

Foto: Divulgação

Por Lucas Vasques

Fórum – Com o objetivo de corrigir uma injustiça histórica cometida pela Câmara Municipal de Vereadores de Florianópolis (SC) contra Gilberto Gil, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) aprovou, por unanimidade, a concessão do título de Doutor Honoris Causa para o artista.

A decisão, anunciada nessa terça-feira (28), ocorreu depois que a maioria dos vereadores da capital catarinense rejeitou, pela segunda vez, dar o título de Cidadão Honorário de Florianópolis ao músico.

VÍDEO: Gilberto Gil recebe homenagem emocionante durante show em Florianópolis

Gil esteve na cidade, no domingo (26), para uma apresentação gratuita, em celebração ao aniversário de Floripa. Antes do show, ele recebeu o pedido de concessão do título. No total, 42 conselheiros e conselheiras da UFSC aprovaram a solicitação.

A universidade mencionou a imensa contribuição do artista à cultura brasileira como cantor, compositor, instrumentista, produtor musical, político e escritor. Gilberto Gil foi ministro da Cultura e pertence aos quadros da Academia Brasileira de Letras.

Gil possui uma relação de longa data com Florianópolis, pois foi na capital de Santa Catarina, em 1976, que ele foi preso por porte de maconha. Tempos depois, o artista afirmou que os militares encontraram uma “bagana” (pequeno cigarro de maconha) dentro de sua carteira. Além de Gil, também estavam hospedados no Hotel Ivoram, Caetano VelosoMaria Bethânia e Gal Costa. À época, eles estavam em turnê com o projeto Os Doces Bárbaros.

Homenagem inusitada

Por causa de todo esse contexto histórico que envolve Gilberto Gil e a cidade de Florianópolis, fãs do compositor organizaram uma homenagem inusitada para o show do domingo.

De acordo com informações obtidas pela reportagem da Fórum, a ideia era fazer um grande “baseadaço” entre a terceira e a quinta músicas e promover uma grande “marofa” (fumaça de maconha). A convocatória para a homenagem dizia o seguinte:

“Em homenagem a ele, que foi preso por porte de tóxico aqui nesta mesma ilha provinciana ao sul do mundo, vamos acender, como forma de resgate histórico e galhofa, muitos baseados ao mesmo tempo durante o show de hoje. Entre a terceira e a quinta música, vamos incendiar a Paulo Fontes com aquela marofa pra deixar o Gil de 1976 orgulhoso da gente! Quem tá dentro?”, convocaram fãs de Gilberto Gil.

 

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