Estação de Tratamento de Esgoto do bairro Pedreira, enfim, será construída. Falta ampliar os emissários para a ETE Laboreaux
Foto: Reprodução YouTube/Voe Brasil
Uma boa notícia para solução de uma demanda que se arrasta há anos: a Prefeitura de Itabira já assinou contrato para construir a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do bairro Pedreira do Instituto, o que é fundamental para dar continuidade ao saneamento básico local, como também para não mais lançar efluente “in natura” no rio Jirau.
O valor do contrato é de R$ 6,1 milhões. A nova ETE será construída em área da Prefeitura localizada abaixo do bairro, próximo da Rocinha. A obra será executada pela Construtora Vale do Ouro, com prazo de conclusão em 240 dias.
Serão interligadas à nova ETE 1.395 unidades, entre residências e comércio, que terão o esgoto devidamente tratado. A empresa contratada vai executar também as obras do emissário, enquanto o Saae irá corrigir redes de coleta de esgoto danificadas no bairro.
Localização
A localização da nova ETA foi discutida em reunião do Codema do dia 13 de maio do ano passado. Na ocasião, moradores do condomínio da Rocinha questionaram a viabilidade de sua localização, por estar na Zona de Autossalvamento (ZAS) da barragem Cemig I, da mineradora Vale.
Com isso, sustentaram que a sua localização estaria incluída na vedação da Lei Federal 14.066;2020, promulgada em 30 de dezembro de 2020 – e que impede novas ocupações, parcelamento e uso do solo nas ZAS. O projeto da ETE é anterior à legislação e o órgão ambiental municipal entendeu que não é de sua competência discutir a vedação – e aprovou a licença ambiental para a sua instalação e operação.
“O projeto da ETE Pedreira foi elaborado com base nos relatórios divulgados pela Vale uma semana antes da reunião do Codema (na sexta-feira, 8/4) e a indicação era que estava fora da ZAS. Fomos surpreendidos com esse novo relatório que aponta a localização como estando na mancha de inundação”, observou Camila Ferreira, representante do Saae no Codema.
Informe-se mais sobre a localização e vedação de novas instalações nas ZAS aqui:
Com o imbróglio aparentemente resolvido, a sua construção foi mantida, com a garantia de que, com nova tecnologia de tratamento, a estação não emitirá odor forte, como se observa em ETEs mais antigas, garantiu a representante do Saae no órgão ambiental
Com a ETE da Pedreira, assim que ela entrar em operação, vai aumentar entre 3% e 5% o percentual do esgoto tratado na cidade de Itabira, informa a assessoria de imprensa do Saae. No total, esse percentual de tratamento de esgoto na cidade de Itabira chegou a ser anunciado, pela administração passada, em 91%, o que foi contestado por vereadores da oposição na época e por reportagens deste site.
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Atualmente, o tratamento de esgoto da cidade é feito somente pela ETE Laboreaux, construída com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), negociado pelo ex-prefeito Jackson Tavares (1997-2000). Mas só foi instalada e começou a operar, ainda que precariamente, no primeiro governo de João Izael Querino Coelho (2005/2008).
Segundo Karina Lobo, presidente do Saae, até recentemente, no início da atual administração, Itabira tratava menos de 40% do esgoto gerado na cidade. Atualmente, informa a autarquia que já trata cerca de 55%, aumento que só se tornou possível depois de ser resolvido o rompimento de emissários em localidade já próxima da ETE.
Saneamento necessário
“O processo de tratamento do esgoto é essencial para a melhoria da qualidade de vida da população e da preservação ambiental. Sem o adequado tratamento, temos comprometimentos na qualidade da água nas áreas urbanas, o que causa impacto na saúde da população e para o meio ambiente”, sustenta o prefeito Marco Antônio Lage (PSB).
Segundo informa a presidente do Saae, novas ETEs serão construídas em Itabira nos bairros Esperança, Barro Branco – e no distrito de Senhora do Carmo, além de 300 fossas sépticas ou biodigestores ainda neste ano.
É preciso otimizar o tratamento na ETE de Ipoema, com interceptação de mais redes, conforme cobraram moradores em reunião da Câmara, realizado no distrito de Itabira.
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Ipoema não quer só asfalto para o Carmo, mas também tratamento de esgoto e coleta de lixo eficientes
E, também, encontrar solução para o tratamento adequado do esgoto no povoado Serra dos Alves, que vem enfrentando impactos indesejados com ocupação desordenada – e sem controle da Prefeitura e de demais órgãos ambientais, com risco de poluição de cursos d´água a jusante, nascentes do rio Tanque.
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Até que enfim!