Na Unifei também se aprende a cantar
Não só do ensino e da aprendizagem lógica cartesiana dos cursos de engenharia vivem professores, funcionários e alunos do campus da Unifei em Itabira. É que desde o segundo semestre de 2016, uma turma privilegiada da universidade, e também da cidade, participa do Grupo Vocal Unifei-Itabira, uma iniciativa que contribui para a integração de alunos, professores, funcionários e comunidade itabirana.

“Em um curso de engenharia, se o aluno dispor de mais tempo para a abstração, é possível desenvolver olhares mais sensíveis às necessidades do outro, da sociedade e não só no pensamento lógico, na construção e desenvolvimento de um projeto de engenharia. A música ajuda a humanizar esse meio, é uma oportunidade para o desenvolvimento de outros talentos também, além da lógica e da matemática”, considera a maestrina do coral, a pianista Nana Mendonça.

Com o coral, muitos que mal conseguiam soltar a voz nos banheiros, descobrem que cantar afinado em um coro é um ato principalmente de vontade e disposição, para aprender a entoar e cantar com sobreposição de vozes em harmonia. “É se exercitando com técnicas adequadas, que as pregas vocais são fortalecidas”, explica a maestrina do coral.
É assim que o medo de cantar se transforma em prazer, entremeado com momentos de descontração e de criação coletiva. Afinal, em um coro uma voz não se sobressai à outra, mas harmoniza com outras vozes, timbrando e tornando-se única, a voz do coro.
Exercícios para afinar a voz
Com exercícios e treinamentos, mesmo uma pessoa tida como desafinada, pode cantar em um coro. “Não existe falta de talento. E não existe pessoa desafinada. O que ela não tem é experiência com a voz ‘cantada’. Ela não reconhece sua voz, no canto. A habilidade de cantar pode ser adquirida e exercitada, com treinamento auditivo e exercícios técnicos”, assegura Nana Mendonça.

Foi o que fez Yuri Souza Paiva Teixeira, aluno de engenharia da computação da Unifei, campus de Itabira. Após seis meses no coral, ele só lamenta o fato de o grupo ter-se formado quando já está no fim da graduação. O futuro engenheiro conta que há muito desejava aprender a cantar, pois sempre gostou de soltar a voz. Porém, achava que não tinha talento e que a sua voz era desafinada. Descobriu no Grupo Vocal da Unifei que isso não é verdade.
“Sempre fui um apaixonado por música. No meu último ano na Unifei, acabei entrando no coral. Entrei não acreditando que a minha voz era a mais linda do mundo, mas me encantou a ideia de cantar de uma maneira diferente do que estava acostumado”, disse ele, que recorda ter tido momentos descontraídos e prazeirosos compartilhados com todos os integrantes do grupo vocal.

No coral, pré-classificado como tenor, Yuri teve a oportunidade de cantar em harmonia com outros naipes, educar o ouvido e fortalecer as pregas vocais com exercícios técnicos, apropriados para quem quer cantar bem. Mas viu nos ensaios e nas apresentações momentos preciosos para quebrar a rotina pesada de ensino e aprendizagem. “Posso dizer que para mim, o coral foi um dos meus sonhos realizados, por me permitir cantar em harmonia com outras pessoas.”
O coral da Unifei conta hoje com cerca de 18 vozes, a maioria masculina, pela predominância em uma faculdade de engenharia. As inscrições para cantar no coral estão abertas e se espera chegar a ter pelo menos 30 vozes no grupo. “Alguns naipes masculinos já estão quase completos, mas estamos com demanda maior de vozes femininas. Temos ainda algumas vagas para barítonos e tenores”, convida a maestrina.
Inspiração vem da Escola Livre de Música
O Grupo Vocal Unifei-Itabira nasceu inspirado no coral da Escola Livre de Música de Itabira, da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade, formado por alunos de Canto e da disciplina de Prática de Grupo, da professora Nana Mendonça. Com ênfase no repertório de música popular, o grupo tem como objetivo levar não apenas arte como entretenimento, mas também como ferramenta de reflexão e transformação social.

Com o seu canto leve e descontraído, o coral é aberto à apresentação na cidade e na região. O seu repertório valoriza compositores brasileiros, se distanciando da rigidez da música erudita. Os arranjos, em sua maioria, são do músico Zeca Rodrigues, do Grupo Vocal BeBossa, do Rio de Janeiro. Rodrigues é um dos principais expoentes em arranjos vocais da música brasileira. Outros arranjos foram adaptados para o grupo pela maestrina Nana Mendonça.
Os ensaios do Grupo Vocal Unifei são sempre às segundas-feiras de 12h às 13h30. Os interessados em participar devem enviar e-mail para o professor João Lucas, coordenador do projeto (joaolucas.silva@unifei.edu.br), se identificando e mencionando que deseja participar do grupo vocal da universidade em Itabira.
Viva!!