Jubileu celebra em festança as sete décadas de reinado da rainha dos britânicos

 Veladimir Romano*

Festejando suas sete décadas de governação, a rainha dos britânicos, Elizabeth 2ª, e seus súditos comemoraram quatro dias de boa farra, numa época de pandemia alastrando com ou sem vacinas.

Numa idade bem avançada, a monarca manifestou certa normal debilidade, mas ainda assim festejou e alimentou o ego daqueles que enxergam o seu velho Reino Unido como derradeiro reduto colonial.

Isso através da criação do elementar Commonwealth, pelo qual 54 nações vivem, negociam, trocam privilégios pagando alguns desses territórios, tachados pela Coroa, pelo menos ainda 14 membros onde a rainha Elizabeth representa chefia de Estado ou cabeça de determinado poder.

Obedecem a ideia na criação do Commonwealth onde Estados Unidos e Zimbabué não querem, embora manifestem simpatia emocional, tal como ultimamente alguns pequenos estados em transformação e reformas administrativas, resolveram criar suas repúblicas.

Belize, Bermudas, Barbados, por agora, seguem exemplos da Jamaica, Trinidad e Tobago, ao escolherem os seus presidentes, logo, saindo do panorama da realeza.

Não é por casualidade que os príncipes ingleses William e Kate, viajaram de emergência, e em particular, a esses lugares mudando suas rotas políticas bruscamente antes do Jubileu. Modificaram assim o seu paradigma estrutural.

Foi uma surpresa dura, considerada “perigosa” pela midia conservadora britânica, por colocar em risco todo um sistema criado enquanto independências, que se foram organizando ao vasto império britânico

Tudo isso movimentando em 2021 mais de 13 trilhões de dólares com déficit apenas de 1%. Até 2027 está calculado um crescimento de negócios na ordem dos 19 trilhões e meio de dólares… é este reduto privilegiado onde o Brexit esconde as suas ambições dentro de padrões,  não sendo mais do que novos sentidos coloniais agora na economia.

Entretanto, outros problemas complicados atormentam os dias dos Conservadores e do primeiro-ministro Boris Johnson, como a continuação do Reino Unido tal como ele tem vivido ao longo de tantos séculos.

Exatamente ao arrastar o Brexit, ficou bem a uns quantos, a outros, não muito. A Irlanda do Norte procura em breve organizar seu primeiro referendo, enquanto a Escócia já anuncia um segundo no próximo 2023, com o País de Gales olhando e aprendendo toda esta agitação, pelo que será certamente o derradeiro canto do Reino com novas repúblicas no horizonte.

Outra realidade será aquela conduzida por tantos desencontros históricos como transformações exigentes que irão colocar incertezas em próximos jubileus, quando mudanças ideológicas construírem outras possibilidades, dando liberdade e movimento das peças deste Commonwealth cada vez menos britânico e mais internacional, mas ainda numa onda republicana.

*Veladimir Romano é jornalista e escritor luso-cabo-verdiano.

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1 Comentário

  1. Decadência. O príncipe Charles teve o cinismo de fazer um discurso sobre problemas economicos sentado num trono de ouro. A sua neta com menos de 10 anos é a princesa mais rica do mundo. Luxo, pedofilia e decadência, uma indecência minarquica. Reino podre.

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