Minas Gerais registra aumento de 915% de novos casos de Covid-19, enquanto Itabira tem aumento de 244,83% neste início de mês
Mesmo sem haver testagem rápida em massa, e com o relaxamento das medidas de proteção individual e coletiva (uso de máscara, assepsia das mãos, distanciamento social), o novo coronavírus (Sars-CoV2) avança em várias regiões do país, inclusive em Minas Gerais, que registrou 6.577 novos casos nas últimas 24 horas, fora as subnotificações e casos assintomáticos.
Segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), a primeira semana de junho registrou um aumento de 915% de novos casos confirmados em relação à primeira semana de maio.
Neste início de mês, em Minas Gerais já foram registrados 27.364 novos casos, enquanto em maio o registro foi de 4.081pessoas testadas positivas, a maioria assintomática ou com sintomas leves, graças às vacinas.
No total, mais de 3,4 milhões de pessoas já contraíram a doença no estado, com registro de mais de 61,5 mil óbitos.
De acordo com o painel de monitoramento da SES-MG, a média móvel do número de óbitos ainda se mantém baixa – e está em 1,9 pessoa por dia no estado.
Isso se deve ao fato de que 83% das pessoas com mais de 5 anos no estado já tomaram pelo menos duas doses de imunizantes, 59% estão com o primeiro reforço, enquanto a quarta dose já foi aplicada em 29,9% da população convocada para seguir nesse esquema vacinal.
Outro indicativo de que as vacinas têm surtido efeitos é que não houve registro de casos graves, mas o avanço do vírus com as suas mutações já é motivo de preocupação das autoridades em saúde.
Isso, principalmente depois que prefeituras relaxaram com as medidas protetivas, ao deixar de ser obrigatório o uso de máscaras mesmo em ambientes fechados com aglomerações, além de liberar a realização de grandes eventos.
Com o tempo frio, há ainda o agravo com outras síndromes respiratórias – e sem testagem, fica difícil saber se trata da Covid-19 ou se os sintomas são decorrentes de uma gripe (H1N1) ou mesmo de um resfriado.
Daí a necessidade de ser incrementada as campanhas de testagens, assim como também para que as pessoas completem o esquema vacinal.
Assim como tem ocorrido em todo estado de Minas Gerais, Itabira também tem registrado aumento significativo de novos casos nas últimas semanas. De acordo com o boletim Itabira no monitoramento da Covid-19 dessa terça-feira (7), na semana retrasada foram registrados 29 novos casos.
Já na semana passada, o número de pessoas na cidade testadas positivas saltou para 100 casos confirmados – um aumento de 244,83%. Já nos três primeiros dias desta semana, o número de casos confirmados já está em 40 pessoas testadas positivas.
No total, até a data de ontem, 123 pessoas se encontravam em isolamento domiciliar, depois de serem testadas positivas para a doença. Esses indicadores com certeza só não são mais expressivos pelo fato de a maioria das pessoas com síndromes respiratórias não está sendo testada para a Covid-19.
Felizmente, sempre de acordo com o boletim Itabira no monitoramento da Covid-19, do programa Cidades Saudáveis, apenas um paciente se encontra internado em enfermaria para tratamento de Covid-19.
E já há bastante tempo não se têm registros de mortes por Covid-19 na cidade, mantendo-se os 388 óbitos ocorridos, em sua maioria, com o avanço da doença no início do ano passado.
Imunização
Segundo o vacinômetro do governo de Minas Gerais, Itabira já aplicou a primeira dose em 105.433 pessoas, que representam 92,53% do público-alvo. Já a soma da segunda dose e dose única é de 99.606 imunizados, representando 89,86%.
As pessoas que receberam a primeira dose de reforço somam 67.047 (70,84%0 e apenas 8.380 tomaram a segunda dose para reforçar o sistema imunológico.
Já as doses pediátricas foram aplicadas em 8.215 crianças e adolescentes, representando 82,11% do público-alvo. Mas tem sido pequena a aplicação da segunda dose nesse mesmo grupo, com apenas 2.672 desse público já tendo recebido a segunda dose.
O Ministério da Saúde (MS) recomenda a dose de reforço para todos os adolescentes com idade entre 12 e 17 anos, e a segunda dose para crianças com idade entre 5 e 11 anos.
Segundo nota do MS, “a dose de reforço deve ser aplicada quatro meses após a segunda dose, preferencialmente com a vacina da Pfizer, independentemente da dose aplicada anteriormente. Se houver indisponibilidade da vacina, a Coronavac pode ser usada.”
Em abril, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Minas alertou para a importância da dose de reforço em todas as pessoas. Pesquisa conduzida pela fundação mostrou o reestabelecimento da proteção após a aplicação da segunda dose. A recomendação é também válida para gestantes e puérperas.
“Após a aplicação dessa dose, o nível de anticorpos presentes no organismo cai. Com a dose de reforço, a proteção é restabelecida.”
As análises mostraram que a chamada taxa de soropositividade passou de 98%, após 30 e 60 dias da aplicação da vacina, para 69%, no período que compreendeu entre 91 e 180 dias após a vacinação.
Com a aplicação do reforço da Pfizer, esses índices foram restabelecidos, chegando a 100% de soropositividade 15 dias após a aplicação.