Profissionais estaduais da educação em greve fazem manifestação em Itabira contra o arrocho salarial do governador Zema

Fotos: Carlos Cruz

Em manifestação na praça Acrísio de Alvarenga, nessa segunda-feira (21), professores e demais profissionais da rede estadual de ensino protestaram contra a política de arrocho salarial do governador Romeu Zema (Novo), que congelou os salários desses servidores estaduais, sem respeitar o piso do magistério, de acordo com a lei federal 11.738/2008 e também com a lei Estadual 21710/205.

Segundo a coordenadora regional do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação (Sindi-UTE), Vanderléia de Freitas, 90% das escolas estaduais em Itabira aderiram à greve. Em Minas Gerais a adesão é de 85%.

Os profissionais da educação reivindicam o pagamento do piso nacional da categoria de R $ 3.845, 53, que em está congelado há quatro anos em Minas Gerais. Atualmente a categoria recebe um piso de R $ 2.235,64.

A categoria reivindica reajuste de 33,24% do piso salarial, conforme portaria do Ministério da Educação nº 67, de 4 de fevereiro de 2022. A greve é também por melhores condições de trabalho e por mais investimentos do Estado no ensino público. “Zema é caloteiro, não cumpre a legislação federal e nem a estadual”, protesta a sindicalista.

Congelamento

Além das reivindicações específicas, a categoria reivindica também que a Assembleia Legislativa de Minas Gerais não aprove a adesão do governo ao Regime de Recuperação Fiscal. “O governo tem se empenhado para que o projeto seja votado em regime de urgência sem qualquer debate com os servidores que serão afetados”, protesta a sindicalista.

Se aprovado o projeto, o Regime de Recuperação Fiscal permite que o Estado adote política de “austeridade fiscal” por até nove anos, congelando salários e investimentos na área de educação.

Manifesto

Profissionais da educação do Estado encaminham carta-aberta ao deputado Mucida pedindo que vote contra o regime de recuperação fiscal que arrocha ainda mais os salários e os investimentos na educação

A manifestação dos profissionais da educação saiu da praça Acrísio e se dirigiu ao escritório do deputado Bernardo Mucida (PSB), quando foi entregue à sua secretária parlamentar, Andreia Serafim, uma carta-aberta em que que o sindicato pede para o parlamentar votar contrário ao projeto de “recuperação fiscal”.

“Tais medidas impostas pela União ao Estado, embora possam soar como mecanismos de economia, não observam os efeitos referentes à precarização do serviço público e, via de consequência, implicam em comprometimento e ineficiência das políticas públicas que atingiram servidoras(es) e toda a sociedade mineira usuária dos serviços públicos, principalmente aqueles relacionados aos direitos fundamentais com Educação, Saúde, Assistência e Segurança Pública”, registra o documento encaminhado ao escritório local do deputado majoritário em Itabira.

Apoio

A sindicalista pede o apoio e a compreensão dos pais ao movimento grevista. “Esperamos que os pais entendam a nossa greve. Durante a pandemia o governador não se preocupou com a qualidade das aulas on line, não aparelhou as escolas que não tiveram acesso à internet e equipamentos adequados”, disse a coordenadora do movimento paredista.

“O trabalhador do ensino enfrenta o arrocho salarial e está pagando para trabalhar. Não temos ajuda de custo, o vale-transporte não é suficiente para ir ao trabalho”, exemplificou.

“Zema quer privatizar a educação no estado, favorecendo o ensino privado para ajudar os amigos empresários. É por isso que o ensino público foi abandonado, que é para criar clima favorável à privatização”, denunciou a sindicalista durante a manifestação em Itabira.

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2 Comentários

  1. É absurda a postura de desvalorização desse governador com os profissionais estaduais da educação básica.
    A categoria exige o cumprimento da Lei do Piso Salarial Nacional e é contra o Regime de Recuperação Fiscal do estado, que congela salários e carreiras, proíbe a realização de concursos e reajustes por até nove anos.

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