Vacinação de crianças avança em Itabira mesmo com as mentiras dos negacionistas e já pode ser agendada nos PSFs
Foto: Divulgação/ Butantan
Mesmo com a disseminação de notícias falsas (fake news) sobre a vacinação de crianças de 5 a 11 anos, que são criminosas e tão perigosas quanto à pandemia por afetar a saúde, a campanha de imunização nessa faixa de idade tem tido grande adesão em Itabira.
Para facilitar o acesso ao imunizante, e assim evitar filas como as que ocorreram recentemente na porta da Policlínica Regional de Itabira, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) decidiu que, a partir desta segunda-feira (14), o início da imunização de crianças a partir de 8 anos pode agora ser agendada no Posto de Saúde da Família (PSF), as atuais Unidades Básicas de Saúde (UBS), mais próxima de sua residência
Para receber a vacina no braço, a criança deve ser acompanhada dos pais ou responsáveis legais. Caso não seja possível, basta apresentar o termo de autorização assinado pelo responsável para permitir a imunização da criança.
O termo está disponível no seguinte link: https://www.itabira.mg.gov.br/abrir_arquivo.aspx?cdLocal=2&arquivo={37ABCED5-6D5A-D8BC-AB67-A48EAE3B7EC1}.pdf
É necessário também apresentar cartão de vacina do menor, documento com foto ou certidão de nascimento, CPF e comprovante de endereço. O acompanhante deve ainda levar documento com foto.
Divulgar notícias falsas é crime
Desde que teve início a campanha de imunização de crianças, grupos antivacinas têm disseminado notícias falsas sobre efeitos colaterais dos imunizantes. Mas felizmente esses negacionistas têm perdido a batalha contra a ciência.
Recentemente o site Boatos.org,, que tem checado a veracidade de notícias sobre a Covid-19, entre outras, a partir de minuciosas investigações, desmentiu casos de mortes de crianças que teriam acontecido em decorrência de reações adversas da aplicação do imunizante.
Um dos desmentidos trata da desinformação que atribuía, falsamente, à vacina pediátrica a causa de 60 crianças terem passado mal na Paraíba após serem vacinadas. Leia o desmentido aqui: https://www.boatos.org/saude/60-criancas-estao-passando-mal-na-paraiba-apos-serem-vacinadas-contra-covid-19.html
Outra notícia falsa dizia que um menino teria morrido por causa da vacina na mesma Paraíba, tendo apresentado um vídeo de um pai indignado. O Boatos.org apurou que não houve a morte e o vídeo era de 2019, antes portanto do início da campanha de vacinação de crianças.
Saiba mais acessando o site aqui: https://www.boatos.org/saude/vacina-mata-crianca-paraiba-pai-desesperado-ao-ver-filho-morto.html.
Ainda no início da campanha, em 19 de janeiro, outra informação criminosa dizia que uma menina de 10 anos, de Lençóis Paulista (SP), sofreu um mal subido depois de receber a vacina, tendo sido internada com parada cardíaca.
O site Boatos.org apurou o caso e constatou que se tratava de mais uma mentira criminosa. Segundo informou , o Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo fez uma análise com 10 especialistas e concluiu que a ocorrência em questão não se deu por conta de um evento adverso relacionado à vacinação. Felizmente, a criança já se recuperou.
Leia o que diz a nota oficial:
Atenção: O Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde concluiu nesta quinta-feira (20), que a vacina contra a Covid-19 NÃO TEM RELAÇÃO com o quadro clínico apresentado por uma criança de 10 anos, em Lençóis Paulista, no interior do estado. A análise foi realizada por mais de 10 especialistas e apontou que a criança possuía uma doença congênita rara, desconhecida até então pela família, que desencadeou o quadro. A Secretaria de Estado da Saúde reforça a importância da vacinação infantil e reafirma que todos os imunizantes aprovados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) são seguros e eficazes.
Exposição indevida
As notícias falsas criminosas prosseguem mesmo com o avanço da campanha de imunização de crianças. E o que é pior: expõem criminosamente a identidade das crianças. E levam pânico às famílias que, em muitos casos, passam a ter dúvidas sobre a importância de vacinar seus dependentes.
Essas notícias falsas tiveram início antes mesmo da campanha de imunização, quando já havia o registro no país de mais de 300 crianças entre cinco e 11 anos morreram por conta da Covid-19.
E o mais grave é que essa campanha antivacina tem sido impulsionada por deputados e médicos negacionistas, inclusive aqui em Itabira. São os mesmos que andam ministrando remédios sem eficácia contra a Covid-19 a seus pacientes.
Deveriam ser denunciados ao Ministério Público e aos conselhos de ética da categoria, sob pena de comprometer a credibilidade de todos os médicos no país. Isso pela omissão diante de condutas graves e criminosas desses profissionais que deveriam estar a serviço da saúde e não disseminando notícias falsas.
Mais grave ainda é ver o próprio presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), minimizar as mortes de crianças não imunizadas por Covid-19. Diz que elas não precisam vacinar pois são imunes à doença, o que a ciência desmente.
(Fonte: Metrópolis)