Mudanças na entrada e saída da Câmara podem causar confusão no trânsito 

Por José Luiz de Araújo

Há mais de 30 anos venho observando alguns aspectos urbanos, sociais, culturais e econômicos da nossa cidade. Mesmo não sendo engenheiro, mas tendo trabalhado nos anos 70 e 80 como desenhista técnico, acabei por me deter mais às questões relacionadas à acessibilidade e à mobilidade urbana.

Pouco depois da canalização do ribeirão Água Santa, na avenida João Pinheiro, apresentei à prefeitura, em 2001, um esboço para a reurbanização da Praça Acrísio de Alvarenga.

Nesta mesma proposta, dentre outras sugestões, falei, pela primeira vez, na possibilidade de aproveitar a estrutura da linha férrea que corta a cidade para a implantação de um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) a fim de modernizar o transporte coletivo em Itabira.

Ao longo desses últimos anos, elaborei outras 20 ilustrações e textos com mais de 50 sugestões e montei um caderno cuja cópia foi entregue ao prefeito Marco Antônio Lage nos primeiros dias do governo dele.

Semana passada, após matéria sobre a criação de uma praça no espaço em frente à Câmara Municipal de Itabira, procurei o site da Casa Legislativa para ver detalhes do projeto, mas só encontrei uma ilustração em perspectiva, a mesma publicada na mídia.

Não procurei o presidente da Câmara, vereador Weverton Andrade porque, em outras oportunidades tentei contato, mas infelizmente ele não responde a questionamentos; envia sempre como resposta um link de propaganda demagógica e autobajulativa.

Usando a imagem publicada pelo site, sobrepus algumas setas e publiquei nesta rede social um alerta sobre um problema que a obra certamente provocará no trânsito de veículos da confluência das avenidas Carlos Drummond de Andrade e Daniel Jardim de Grisolia.

Na publicação https://www.facebook.com/groups/921494677861298/permalink/5145384285472295/, marquei vereadores, o prefeito e o órgão de trânsito da cidade. Entretanto, ninguém se manifestou.

Pelo que entendi da reforma, chamada de praça, a entrada e a saída do estacionamento terão o sentido invertido. Atualmente, quem entra percorre toda a frente do prédio e sai pela lateral direita.

Como está na descrição (site da Câmara), com a reforma, a entrada será pela lateral direita (atual saída), e a saída será após o semáforo (lado esquerdo) em direção à alameda José Dorotéia Reis.

Acho que não deveria, mas se for permitido, com toda a certeza, quem for para a Daniel de Grisolia ou descer em direção à praça Acrísio, certamente vai cortar a interseção no sentido contrário. (ilustração no destaque)

Penso que o mais plausível, seria manter a saída onde é atualmente e a entrada após o semáforo. (ilustração 2)

Falei com três dos atuais vereadores, e os procurei por serem pessoas com quem trabalhei entre 1995 e 2002. Dentre as (poucas) informações que obtive, uma é a de que eles também não sabem detalhes da obra a não ser o que a mídia divulgou.

Outra é a de que a referida obra é uma questão administrativa que não tem relação com o processo parlamentar e/ou legislativo e é prerrogativa do presidente da Casa.

Outra é a de que o projeto do que já começou a ser executado será apresentado em breve (!). E que a Transita será consultada após o término da obra.

Por fim, comentou-se que há a possibilidade de solicitar à Transita a implantação de um tempo de semáforo para os veículos que saírem do estacionamento.

Embora a instituição e o prédio sejam públicos, o estacionamento é privativo dos parlamentares, funcionários e convidados. Não é uma via pública. Então, instalar um serviço de sinalização semafórica nesta saída não seria a caracterização de corporativismo?

Sugestões de mudanças no trânsito na cidade, em especial na praça Acrísio

*José Luiz de Araújo é servidor público municipal há 25 anos. 

 

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