Vereador denuncia a precariedade das estradas rurais e critica gastos com publicidade
As precárias condições das estradas rurais de Itabira foram denunciadas pelo vereador Reginaldo das Mercês Santos (PTB) na reunião da Câmara Municipal de terça-feira (25/7). Ele prevê que essas estradas ficarão intransitáveis assim que começar o período chuvoso, caso o governo não tome providências urgentes para conter erosões e construir canaletas, desviando as enxurradas das estradas.
O vereador produziu e apresentou um vídeo descrevendo as dificuldades que os moradores do distrito de Senhora do Carmo enfrentam nas estradas vicinais. “A poeira e os buracos tornam difícil, para não dizer impossível, passar com o carro nessas estradas. É só percorrer as estradas para Angico, Bongue, Serra dos Alves e constatar essa triste realidade. A ambulância não tem como buscar um paciente nesses povoados.”
A crítica do vereador não parou aí: “O governo gasta um absurdo de dinheiro para divulgar inverdades na mídia e esconde a realidade: são buracos, verdadeiras crateras, falta de cascalhamento. O carro atola na poeira e não consegue seguir em frente”, descreveu. “Convido os senhores vereadores a conhecerem essa realidade.”
Tropa de choque
Foi o bastante para provocar a tropa de choque do governo, que prontamente respondeu às criticas do vereador oposicionista. O vereador Heraldo Noronha Rodrigues (PTB) acusou o vereador oposicionista de faltar com a verdade. “Eu estive no Cedro e no Carmo e vi as máquinas patrolando as estradas”, contestou.
Allaim Anderson Figueiredo Gomes (PDT, líder do governo na Câmara, bateu na mesma tecla. “Essas estradas estavam há quatro anos abandonadas. Não dá para resolver tudo de uma vez. Estamos com três máquinas trabalhando. Já foram executados serviços nas Bateias, nos distritos de Carmo e Ipoema”, relacionou.
O presidente da Câmara, Neidson de Freitas (PP), disse que o município dispõe de mais de 2 mil quilômetros de estradas vicinais e que 300 quilômetros já foram patrolados. “Dizer que nada está sendo feito é uma inverdade”, ele também rebateu.
Jovelindo de Oliveira Gomes (PTC) seguiu o mesmo roteiro da base situacionista. “No fim de semana eu irei a Serra dos Alves e vou fotografar as estradas patroladas. Vou trazer essa realidade para mostrar aqui”, prometeu.
O vereador Paulo Soares (PRB) criticou os dois vereadores de oposição, Reginaldo e Weverton “Vetão” Andrade (PSB), por acharem que só eles fiscalizam o governo. “Vocês têm feito o seu papel, mas o que não podem é menosprezar o trabalho dos demais vereadores. A oposição precisa ter cautela ao fazer as suas denúncias”, disse ele, levantando-se em seguida para retirar do plenário.
“Por favor, Paulo, aguarde um pouco, eu gostaria de colocar uma questão”, pediu o vereador Weverton “Vetão”. “Eu vou ao banheiro”, respondeu taxativo o vereador sindicalista, para gáudio do público presente. E retirou-se do debate.
Publicidade excessiva
O vereador Weverton “Vetão” aproveitou para reforçar a crítica de Reginaldo com relaçao aos gastos excessivos do governo com publicidade. Segundo ele, o portal da transparência da Prefeitura informa que o município já gastou 750 mil com propaganda em jornais, revistas, emissoras de rádio e sites noticiosos.
“Tem muita gente boa na imprensa, mas essa casa não pode se omitir diante desses fatos. Tem gente na imprensa ganhando R$ 7,5 mil para descer a lenha em quem critica o governo”, acusou. “Não podemos permitir que dinheiro público seja usado para fazer calúnias, para destruir reputações de quem se opõe ao governo.”
Foi imediatamente contestado pelo líder do governo. “Quem fala mal (dos vereadores oposicionistas), se expressa com a liberdade que tem. O governo está gastando o que é necessário em publicidade. Esse dinheiro com a propaganda não pode ser usado por outra secretaria”, disse Allain, ao responder a crítica de que os recursos gastos com publicidade poderiam ser investidos na compra de medicamentos, em falta na farmácia municipal. Como era de se esperar, recebeu uma sonora vaia de parte do público presente na sessão legislativa.
Isso é que dá.
Gastam o pouco dinheiro que tem com publicidade e depois não dá para fazer o muito que precisa.