Drummond expõe no Memorial o seu grito poético em defesa da Mata Atlântica

Foi uma boa ideia celebrar o Dia Natureza, ocorrido nessa segunda-feira (4), com poemas do livro Mata Atlântica, de Carlos Drummond de Andrade (que faz aniversário de nascimento neste mês), em exposição por tempo indeterminado no Memorial Drummond.

Drummond e Itabira, um grito pela natureza (Fotos: Carlos Cruz)

Os poemas foram extraídos de uma publicação patrocinada, em 1982, pelo Chase Banco Lar, “associando-se a tão digna causa, ajudando a preservar o magnífico ecossistema representado pela Mata Atlântica”.

A mostra exposta recebeu o singelo título de Mata Atlântica e Drummond, e agora Natureza?, reunindo os poemas com fotos clicadas da mata que compõem o Parque Natural Municipal do Intelecto, onde está localizado o memorial, no Pico do Amor.

Desenhos

Desenhos da natureza inspirados nos poemas de Drummond estão na exposição: arte de estudantes de escolas municipais (Foto: Divulgação)

Ainda como parte da comemoração do Dia Natureza, estudantes da rede municipal de ensino apresentaram seus desenhos inspirados nos poemas do poeta maior para o livro Mata Atlântica.

Solange Alvarenga, curadora da exposição destaca a importância dos poemas que sensibilizam e tocam as consciências de quem os lê.

“Nós temos o privilégio de ter a Mata do Intelecto aqui em Itabira”, diz a curadora, referindo-se a esse fragmento importante do bioma preservado no coração da cidade. “Essa exposição fala do machado, do fogo e da proteção.”

Os poemas remetem à necessidade premente de se preservar o pouco que ainda resta desse bioma que já ocupou toda costa Leste, Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil – e que hoje ocupa menos de 16% de sua cobertura vegetal original no país.

O bioma foi devastado pelas carvoarias e expansão agrícola – e hoje é ainda fortemente impactado pelo agronegócio para abertura de pastagem, provocando queimadas e incêndios florestais – e também pela mineração e pelo avanço das áreas urbanas, dentre outras atividades impactantes.

Caminhos Drummondianos na mata

Poesia e natureza, um grito pela vida

Os poemas ecológicos podem servir para estender o museu de território Caminhos Drummondianos, hoje exclusivamente urbano, até a zona rural. Podem ser expostos permanentemente nas unidades de conservação do município, tornando-se mais um atrativo turístico, cultural.

É assim que o grito ecológico do poeta maior, em defesa da Mata Atlântica, se torna perene em defesa da vida, do que resta de nossas matas naturais com a sua fauna sobrevivente da moto-serra que mata, devastadora.

Que rumor é esse na mata?

Por que se alarma a natureza?

Ai… É a moto-serra que mata,

Cortante, oxigênio e beleza.

Olha o barbado, olha o bando do barbado!

Olha o coro dos barbados na floresta!

À sua maneira,

Está berrando, aos deuses implorando

Que detenham a fúria arrasadora

Da sacrificada mata brasileira.

Visite a exposição no Memorial Drummond

Serviço

O horário de visita  é de terça a sexta-feira de 8 às 18h. Sábados, domingos e feriados de 10h às 16h

Local: Memorial Carlos Drummond de Andrade, Pico do Amor, Parque Natural Municipal do Intelecto, bairro Campestre

 

 

 

 

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