Centenário do Partido Comunista e o sonho maior ainda por triunfar contra a pobreza na China

 

Veladimir Romano*

Nas conferências realizadas em Genebra, final do ano 1969, muitos especialistas debateram problemas da pobreza, debatendo várias agendas visando a sua erradicação no mundo.

Assim foram mantendo boas opções para quantas organizações pudessem trabalhar em conjunto, mas sem resultados práticos. Diferentemente das boas intenções, a pobreza cresceu num mundo que  cada vez teve menos tempo para falar daquilo que andou falando tanto pelos grandes e luxuosos salões do mundo a custos milionários, sempre sem solução.

Por pessoa, uma semana de participações em cúpula, chega ao custo de oito mil reais com tudo incluído. No mínimo, agendas internacionais consomem cinco dias para uma vulgar participação, convidando especialistas científicos, políticos, economistas, influentes figuras internacionais, gastando-se também com material impresso, documentários curtos entre outras encomendas…

Toda essa gastança somada fica num gasto nunca abaixo dos R$ 30 milhões depois de uma semana, quando no final nada se realiza no concreto em propósitos do assunto.

Frustrante demais para quem nunca tenha acompanhado e, de repente, se vê participando, envolvendo sua experiência… até sonhos jamais realizados por onde 2 mil pessoas apresentam ideias e discussões que mais tarde em muito pouco resultam.

Tem sido tema constante e causa infinita desde os primeiros tempos quando a civilização descobriu que a fome, pobreza e miséria, são parte integrante da vida num quotidiano permanente ao longo de gerações.

Talvez por tanta injustiça, tenha nascido na mente humana o desejo de mudar o mundo fazendo compreensão política do caso, criando lutas pela caus. É assim que alguns vão fazendo cálculos, reuniões, movimentando a burocracia.

A China ao experimentar situação ingrata dos reflexos da sua revolução parece ter aprendido a lição. Com os seus 850 milhões de pobres, elevou uma política de compromisso justamente olhando ao futuro, sabendo que 44% da população vive nas áreas rurais.

Assim, aos 100 anos do Partido Comunista, o país espera cumprir no decorrer de 2021 o sonho maior que ficou do discurso [que a imprensa internacional não achou interessante referenciar]. Segundo anunciou Xi Jinping, líder com 68 anos nos comandos da nação mais populosa do mundo, esse compromisso é o da eliminação da pobreza na China até 2030.

Vejamos: de 2012 até 2020, mais de 100 milhões de chineses saíram da pobreza, contudo, começaram reformas concretas [Jiang Zomin e Hu Jintao] no ano de 1970. Com Xi Jinping liderando o país. Sendo estimativas do Banco Mundial, levando em crer no nível de pobreza internacional, a China, já em 1981, havia crescido mais do que as restantes nações até 2013 numa diferença de quase 2%.

Do investimento entre 2016 e 2020, foram colocados 440 milhões de reais em programas de redução da pobreza e, dos restantes 6 milhões de pobres até final de 2019, eliminado até final de 2022, recebendo mensalmente cada uma das pessoas compondo último milhão e meio: quase 900 reais/mês, desta forma, reformando a restante faixa da pobreza, fechando esta saga em 2030.

Para cumprimento do desafio e se fazer justiça ao desígnio humano é preciso vencer o vexame de toda uma incapacidade, nas contas de outros sistemas.

É assim que duas ótimas diretivas são necessariamente aplicadas: políticas econômicas verdadeiras focadas na utilidade financeira a qual fim, compreensão e combate frontal ou efetivo de como sistemas de corrupção danificam qualquer intenção ou boa política dentro dessa finalidade

E que a economia seja colocada a serviço dos direitos humanos para que se construam políticas públicas contra uma pobreza que pode ser vencida.

Galopante é o ideal humano mas somente quando seus pontos fracos conseguem ser entendidos, combatidos, explorando basicamente meios de subsistência ao seu aparato. Sem isso, continuará fabricando pobreza, logo, muita miséria.

A mesma miséria na qual em pleno século XXI, mesmo com altas tecnologias não conseguem erradicar tanta pobreza.

A China, pelo menos, procura ensinar alguma coisa válida para que esse sonho tenha cabimento: se deixa que a economia seja ela igualmente motivo para distribuição de renda válida ao propósito contra males que a natureza humana vem acumulando de ruim.

Alguns apenas apregoam e nada fazem. Pelo menos que a China tenha e venha conseguir mostrar essa capacidade de realizar o sonho de erradicar a pobreza no país. Que passem das ideias e caminhem para as realizações concretas, com justa e igualitária distribuição das riquezas acumuladas.

*Veladimir Romano é jornalista e escritor luso-cabo-verdiano

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