Com 27 anos de história, o Grito dos Excluídos, da CNBB, vai às ruas no Dia da Independência

Rafael Jasovich*

Protestos no dia 7 de setembro acontecem desde 1995. Este ano, o Grito soma-se à campanha nacional #ForaBolsonaro. O ato é promovido pela Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros (CNBB).

Estar nas ruas é um ato democrático e, na Semana da Independência, é um tempo favorável para seguirmos firmes nessa defesa.

Movimento que mobiliza os trabalhadores do campo e da cidade desde 1995, quando ocorreu o primeiro manifesto público no dia 7 de setembro, o Grito dos Excluídos e das Excluídas é dos eventos mais tradicionais da história de luta do povo brasileiro.

Este ano, o movimento se une à campanha nacional #ForaBolsonaro, contra o desemprego e contra a fome que assolam o país.

Estamos vivendo um momento de crises – social, ambiental, sanitária, humanitária, política e econômica – sobretudo causadas pela ação nefasta de um governo genocida, negacionista e promotor do caos que visa principalmente destruir, de qualquer forma, a democracia e a soberania do nosso país.

O Grito dos Excluídos e das Excluídas é um processo de construção coletiva, é muito mais que um ato.

Por isso, nossa luta não se encerra no dia 7 de Setembro.

A luta é uma maratona, não é uma corrida de 100 metros. O Grito é uma manifestação popular carregada de simbolismo, espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas da população mais vulnerável.

A manifestação em Itabira

A 27ª edição do Grito dos Excluídos em Itabira, no Dia da Independência, acontece com concentração às 9h30 na praça José Máximo Resende, no bairro Campestre, partindo em seguida até a igreja São José, no bairro Bela Vista.

O ato é organizado pela Diocese de Itabira-Fabriciano. “Será um movimento pacífico e ordeiro, em defesa da vida”, ressalta o bispo dom Marco Aurélio Gubiotti.

“O nosso grito será também pelos nossos irmãos, os povos indígenas, para que eles tenham direito à terra”, ressaltou dom Gubiotti. “Venha participar desse grito pela vida com a gente”, é a convocação que faz dom Gubiotti.

O ato será também solidário aos moradores atingidos pela mineração, em especial com os que residem nos bairros Nova Vista e Bela Vista.

“Estaremos juntos com os atingidos e as atingidas pela mineração, especialmente com os moradores dos bairros que estão sendo ameaçados de expulsão pela empresa Vale, utilizando o terrorismo de barragem para impor, mais uma vez, seus interesses enquanto viola leis e direitos da população de Itabira”, salientam os organizadores.

*Rafael Jasovich é jornalista e advogado, membro da Anistia Internacional.

 

 

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