Relação de Vetão com o prefeito de Itabira, e também de outros vereadores, tende a azedar ainda mais, o que põe em risco a governabilidade
Não tem sido de cordialidade entre correligionários a relação entre o presidente da Câmara, vereador Weverton “Vetão” Andrade e o prefeito Marco Antônio Lage, ambos do PSB.
O estopim para o azedamento aparentemente foi a negativa do secretário de Obras, José Maciel Duarte Paiva, em comparecer à Câmara para explicar atrasos nas obras dos três novos prédios da Unifei. Mas é só aparência, pois podem haver outros motivos, digamos, inconfessáveis.
Outro indicativo do estremecimento nessa relação foi o voto de Vetão contrário ao empréstimo de R$ 71,1 milhões que a Prefeitura pretendia fazer para antecipar a execução de obras diversas de infraestrutura e saneamento básico.
Mesmo não tendo que votar, na condição de presidente do legislativo itabirano, Vetão deu o seu voto simbólico contrário à pretensão do prefeito, marcando posição política que ele chama de independência.
As informações de bastidores é que Vetão lidera o “grupão” que já se formou na Câmara – e que se diz independente, mas que começa a se posicionar contra o governo – um indicativo de que haverá pressões para que os seus “anseios e pleitos” sejam atendidos.
É assim que o affair entre o presidente e o secretário José Maciel pode até ter sido o estopim da crise, mas não passa de cortina de fumaça para esconder os reais motivos do descontentamento entre os parlamentares do “grupão”, que votou em bloco contra o pedido de autorização para o empréstimo.
Fisiologismo
Segundo o vereador Neidson Freitas (MDB), o único parlamentar itabirano declaradamente oposicionista, e que nessa condição não faz parte do “grupão”, a insatisfação é, sobretudo, pelo fato de o prefeito não atender os vereadores nas indicações de correligionários para preencher cargos de confiança na Prefeitura.
De acordo com ele, o prefeito não estaria atendendo as indicações, mas tem feito as suas contratações e vem acatando indicações dos vereadores “mais chegados”, o que tem gerado desgaste.
Neidson não condena essa prática fisiológica, que historicamente é comum em Itabira e no país. “A Constituição permite preencher até 50% dos cargos de confiança por pessoas de livre nomeação do prefeito”, afirma.
“Como ele (o prefeito) não tem atendido a todos, quem não consegue nomear os seus indicados ficam contrariados”, diz o vereador, com a experiência de quem foi líder do governo passado e teve vários apoiadores nomeados para ocupar cargos de confiança.
É esse troca-troca que Marco Antônio Lage disse na campanha eleitoral que não iria admitir, repudiando o fisiologismo político do toma lá dá cá.
Mas também nesse aspecto, Neidson é contundente ao apontar a contradição. “Marco Antônio disse que cortaria 30% dos cargos de confiança. Já nomeou mais de 300 apoiadores e isso os vereadores estão vendo acontecer sem que tenham contrapartidas com as suas indicações atendidas.”
Saco sem fundo
Essa prática fisiológica ainda rotineira – e considerada como “normal” na democracia, o que não é, embora seja corriqueira – confirma o que disse o secretário municipal de Governo, Márcio Passos, em recente entrevista à revista De Fato. “Tem vereador que não tem limite. É um saco sem fundo.”
Conforme foi apurado pela reportagem, tem vereador que pediu a nomeação de 15 apoiadores políticos, enquanto outro insiste na nomeação do próprio pai. Como tem aquele que quer nomear a mulher além do filho, invariavelmente sem cabedal técnico para ocupar o cargo pretendido, mas ávidos para engrossar a renda familiar.
“Isso (a rejeição do empréstimo) não passa de pressão para o prefeito ceder. Ou o prefeito cede e vai ficar todo mundo sorrindo para ele, ou ele convence os vereadores de que é preciso ter maturidade”, declarou Márcio Passos, colocando mais lenha na fogueira que vem consumindo a já frágil costura política do governo na Câmara Municipal.
Pelo visto não vai ser fácil acabar com o toma lá dá cá sem que se dê um exemplo contundente para convencer os vereadores que devem votar pelo conteúdo da proposta e de seus reflexos positivos para a sociedade itabirana – e não para satisfazer as suas demandas particulares e de correligionários, na base do “é dando que se recebe”.
Seria muito importante levantar o patrimônio dos vereadores antes de serem eleitos e depois de ocuparem a cadeira na Câmara. Todo mundo vê : a casa antes e depois, o automóvel antes e depois, agora o terno continua sendo de loja de departamento….
Tá muito claro como cristal tudo isso . A facilidade histórica dos políticos em outros tempos de lotarem tudo quanto era espaço que podiam para ajeitarem parentes amigos e cabras eleitorais com bons salários e nenhuma competência era muito natural e ninguém se opunha . Todos vieram com promessa de acabar com os vícios e indecências que comiam boa parte dos recursos publicos , mas agora qualquer um vê que essa intenção ficou pra trás no dia em que assumiram seus cargos . Na verdade devem se achar bons articulistas e muito espertos . O caso do empréstimo que de imediato já seria utilizado a favor de um grande salto pra no futuro nos ajudar em nossa economia foi de láscar . O pretexto para tentar justificarem esse enrruste é que a casa não é submissa , que são independentes , que estão pensando no município. Acho que pela primeira vez o povo esta totalmente ligado a estas manobras , desde de o mais inteléctual ao mais simples cidadao . É muito notória as pretensões de alguns ou de fulano que eu particularmente me encontro decepcionado com suas posturas e posições diante de toda essa confusão (talvez intencional ) . É uma pena porque eu via em determinado Edil um futuro brilhante na política Itabirana , mas que pelo fato de ter se desviado e ter uma ambição exacerbada está se desgastando e degradando suas possíveis chances de vir a ser algo a mais que é . Agora estão todos perdidos tentando se achar em meio a bagunça em que eles mesmos se meteram em acompanhar pato furado . Será Foram arrebanhados assim que conquistaram um posto ? É nítida as intenções do prefeito ; está entregando obras em tempo recorde que antes o povo ficava esperando por 3 anos e meio pra acontecerem ( E as vezes nem aconteciam ) Pede-se recursos para prontamente serem aplicadas no desenvolvimento do município ( As vezes o povo nunca sabia pra onde iam e quando sabiam era sobre coisas que se custasse 20 mil se transformava em 200 mil ). Não brinquem com a passividade e paciência do povo que neste momento está caindo em sí diante desta realidade que é de uma cidade fantasma sem empregos e nada de futuro para os filhos de seus filhos !
Parabéns ótima análise cambada de trairas.