Itabira também diz não à política negacionista e genocida de Bolsonaro com outdoors espalhados pela cidade

Como tem ocorrido em diversas cidades do país, Itabira iniciou a semana com vários outdoors instalados em pontos estratégicos contra a política genocida do presidente Bolsonaro. São quatro placas, instaladas na avenida das Rosas, no bairro Água Fresca, na avenida Carlos de Paula Andrade, próximo da Prefeitura, e outro na avenida Osório Sampaio.

A iniciativa é de um grupo de itabiranos, sem vinculação partidária, inconformados com os rumos da pandemia, com a falta de uma política nacional de enfrentamento, o que resultou em milhares de mortes e na baixa taxa de imunização dos brasileiros até aqui.

Dados atualizados às 20h30 de 27 de maio de 2021 (Fonte: G1)

Segundo dados apurados pelo portal G.1, até quinta-feira (27), apenas 43.936.007 (20,75%) brasileiros já havia recebido a primeira dose do necessário e urgente imunizante. Já a segunda dose foi aplicada em 21.634.953 (10,22%) pessoas no país, percentual bastante reduzido dos que já se encontram a caminho da imunização.

As consequências dessa política negacionista são os mais de 16,3 milhões de brasileiros que foram contaminados, número que poderia ser menor se houvesse uma política nacional prevencionista. Resultado: o país já registra a triste marca de 457 mil mortes por complicações com a Covid-19.

É nesta triste conjuntura, marcada pelo negacionismo do presidente e de seus fiéis seguidores, que crescem em todo o país, inclusive agora em Itabira, as manifestações espontâneas de protestos contra o presidente, que já amarga taxas de rejeição que se aproximam de 50%, segundo o Data Folha – e de 57%, segundo o instituto Poder Data, chegando a 75% no Nordeste.

Resta ao presidente o apoio resiliente de seus fiéis seguidores que ainda não se arrependeram do voto em 2018. Em Itabira, 35.136 (58,21%) eleitores votaram em Bolsonaro, enquanto apenas 25.229 (41,79%) deram o voto a Fernando Haddad no segundo turno.

Portanto, ainda há espaço para muitos arrependimentos. É o que já se observa com esse apoio ao presidente caindo dia a dia por atos e omissões do primeiro ainda mandatário do país.

Isso pela sua política nacional entreguista e de subserviência ao mercado financeiro, ao agronegócio e à indústria armamentista, mas principalmente pela falta de gestão nacional da pandemia com o novo coronavírus (Sars-Cov-2).

Uma pandemia que se tornou mais mortal no início deste ano, menos de um ano após o registro do primeiro caso no país, agora com as novas variantes que surgiram – sem que a população brasileira estivesse vacinada. 

Esse verdadeiro genocídio brasileiro poderia ter sido evitado, caso Bolsonaro não desdenhasse da pandemia, negando até aqui a eficácia dos protocolos preventivos e das vacinas.

Confira a seguir análise do colunista Josias de Souza, que bem descreve o pouco caso do governo federal na aquisição de imunizantes que salvam vidas. Para Bolsonaro, mesmo com todas as trágicas evidências em contrário, tudo não passa de uma “gripezinha” e quem fica em casa para se proteger de uma possível contaminação é “marica”. (Carlos Cruz)

Outdoors em Itabira foram instalados em diversos pontos: iniciativa é de um grupo de itabiranos inconformados com a política genocida de Bolsonaro frente à pandemia (Fotos: Reprodução)

ANÁLISE

Butantan e Pfizer compõem um cenário politicamente corrosivo para Bolsonaro

Josias de Souza

Folha de S. Paulo – Tomados em conjunto, os depoimentos de Dimas Covas (Butantan) e de Carlos Murillo (Pfizer) à CPI da Covid são devastadores para a imagem do governo, corrosivos para os planos políticos de Bolsonaro e desoladores para os brasileiros em dia com a Receita Federal.

A dupla revelou, em essência, que o governo gastou mais tempo fabricando problemas do que enfrentando a pandemia. Bolsonaro emergiu dos relatos não como presidente, mas como estorvo. Retardou deliberadamente a vacinação da sociedade brasileira.

Agosto de 2020 é um marco nos dois relatos. Nesse mês, o Butantan esmiuçou com o Ministério da Saúde oferta que fizera no final de julho para o fornecimento de 60 milhões de doses da CoronaVac até dezembro do ano passado.

Também em agosto, a Pfizer oferecera à equipe do então ministro Eduardo Pazuello 70 milhões de doses da sua vacina, dos quais 1,5 milhão seriam entregues em dezembro. As propostas foram refugadas.

Quer dizer: na largada da corrida mundial por vacinas, o governo brasileiro deu de ombros para 130 milhões de doses. Segundo Dimas Covas, o Brasil poderia ter sido o primeiro país a vacinar contra a covid no mundo.

No dizer de Carlos Murillo, o país perdeu a oportunidade de ser uma vitrine mundial de vacinação. Naquele mês de agosto, enquanto a Saúde cozinhava fornecedores de vacinas em banho-maria, Bolsonaro deflagrava uma campanha pela liberdade do brasileiro de não se vacinar.

Hoje, Bolsonaro e seus devotos alegam que o governo não poderia ter adquirido vacinas sem o aval da Anvisa. Conversa fiada. Dimas Covas relembrou que a Saúde desembolsou em agosto de 2020 R$ 1,9 bilhão para a aquisição de vacinas da logomarca Oxford-AstraZeneca.

Foi um investimento de risco, sem o selo da Anvisa. O Butantan solicitara ao Ministério da Saúde ajuda monetária para o desenvolvimento da CoronaVac. Não obteve um mísero centavo.

De acordo com Covas, o Butantan fez uma segunda oferta de vacinas ao governo: 100 milhões de doses. Seriam entregues até este mês de maio. Se o negócio tivesse sido fechado, o Brasil já teria levado duas doses de CoronaVac aos braços de 50 milhões de brasileiros. Entretanto, o Ministério da Saúde optou por adquirir apenas 46 milhões de doses.

O compromisso de compra foi assinado em outubro de 2020. Pazuello exibiu-o com pompa numa reunião com governadores e líderes do Congresso em 20 de outubro. Na manhã seguinte, porém, Bolsonaro mandou rasgar o documento.

Disse que não compraria a vacina chinesa. Foi nessa época que Pazuello pronunciou a célebre frase ao lado do chefe: “É simples assim, um manda e o outro obedece.”

Pazuello dissera à CPI que o desdém de Bolsonaro e sua exibição de subserviência não alteraram as negociações com o Butantan. Conversa mole, esclareceu Dimas Covas. A partir desse instante, declarou Covas, o relacionamento do Butantan com o Ministério da Saúde “foi absolutamente interrompido.”

Foi como se os neurônios das autoridades de Brasília tivessem entrado em recesso, voltando a funcionar apenas em 7 de janeiro de 2021. Nesse dia, o Ministério da Saúde comprou, finalmente a CoronaVac: 46 milhões de doses, com opção de compra de mais 54 milhões – que foram adquiridas posteriormente, sob forte pressão. Muito a contragosto.

O governo federal fez “uma tentativa de trazer vacina da Índia, que não foi bem sucedida”, recordou Dimas Covas. “Houve a dificuldade da própria AstraZeneca [parceria firmada com a Fiocruz]. Naquele momento, a única vacina disponível era a do Butantan”.

Hoje, oito em cada dez vacinas aplicadas no Brasil contra a covid são fornecidas pelo Butantan. As vacinas da Pfizer foram adquiridas em 14 de março: 100 milhões de doses. O atraso aproximou o cronograma de entregas do final do ano, retardando o encontro dos brasileiros com a vacina.

Atrasando-se o relógio, verifica-se que Bolsonaro percorreu a conjuntura na contramão. Em outubro de 2020, mês em que desautorizou o negócio firmado por Pazuello com o Butantan, o presidente afirmou que vacina obrigatória só seria aplicada no Faísca, o cachorro da família Bolsonaro.

Em novembro, quando a Pfizer enviou carta encarecendo por uma resposta sobre a proposta que fizera em agosto, Bolsonaro festejava nas redes sociais como vitória pessoal a morte de um voluntário dos testes conduzidos pelo Butantan. Era um suicídio, sem nenhuma vinculação com a vacina.

Enquanto a pandemia se espraiava, Bolsonaro sugeria o tratamento da covid com cloroquina e afins. Insinuava que o brasileiro deveria desafiar o vírus, pois o Brasil precisava “deixar de ser um país de maricas”.

A ficha de Bolsonaro começaria a cair apenas em dezembro de 2020. Sob o impacto do início da vacinação no exterior, o brasileiro passou a pressionar os governos estaduais, o Congresso e o Judiciário. Cobrou atitudes diante da inação do governo federal.

A conjuntura mudou tão rapidamente que Bolsonaro foi apresentado a uma obviedade: aquele que inventa pretextos para que alguma coisa não seja feita acaba sendo desmoralizado por alguém que está fazendo a coisa. Ainda assim, o presidente brasileiro não dá o braço a torcer. Seu pelotão na CPI da Covid continua pegando em lanças pela cloroquina.

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3 Comentários

  1. Ridículo a atitude desse jornaleco ,a mídia militante brasileira está morta ,aos que hj batem palmas para uma patifaria dessas deveriam está envergonhados ,pq quem não quis fazer hospitais quando podia ,não foi o atual presidente e sim o ladrão de nove dedos ,pois o mesmo juntamente a seus asseclas diziam que o Brasil não precisava de hospitais e sim de estádios ,o mesmo corrupto disse que a natureza criou o coronavírus para destruir o presidente ,vamos deixar de ser hipócritas e militantes né ,foi esse mesmo sujeito junto de seu partido que roubou mais de $224,00000 bilhões da saúde quando lá esteve ,agora em se tratando de pesquisas desde quando o data folha tem alguma credibilidade ,e só olhar nos lugares onde o presidente chega como ele é recepcionado , agora querer nos enfiar goela abaixo pesquisas ou tentar nos manipular tenha certeza que isso não vai rolar ,ele está perdendo tanto o prestígio ,que consegue reunir em um dia 10 mil motoqueiros ,em todo lugar que chega e aclamado por multidões ,agora só uma vez onde anda o ladrão de nove dedos ,se ele e tão Popular pq não sai no meio do povão ,chega de tanta hipocrisia pq nós não somos trouxas imprensa militante socialista que chora pois não tem mais mamata que tinha .

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