Márcio Passos, marqueteiro que garantia eleição de Leopoldo em 1996, com base em pesquisas manipuladas, assume secretaria de Governo em Itabira
O ex-presidente do PDT, o jovem político Gabriel Quintão já não é mais secretário de Governo na administração de Marco Antônio Lage (PSB). Mas ele não sai do governo.
Ganhou de brinde, pelos bons serviços prestados na campanha e nos mais de 100 dias de governo, uma prosaica assessoria de Gestão, Programas e Metas, ainda a ser criada no bojo de uma reforma administrativa em curso.
Para a pasta, que tem a incumbência de articular as políticas do governo junto aos vereadores, muitas vezes, pelo menos como se viu no passado, na base do fisiologismo do toma lá dá cá, foi nomeado o jornalista e marqueteiro Márcio Passos, que já ocupou o mesmo cargo na administração do ex-prefeito Li Guerra (1993-96).
Segundo a assessoria de imprensa do prefeito, Márcio Passos tem larga experiência na política. Além de atuar na linha de frente do governo de Li, já prestou assessoria política a outras prefeituras da região.
Ele foi também coordenador de algumas campanhas eleitorais vitoriosas na região e em Itabira, inclusive do ex-prefeito Li Guerra, quando despontou como marqueteiro.
Depois participou da eleição de Ronaldo Magalhães, na sua primeira e também na segunda eleição para prefeito. E agora, sai novamente vitorioso na campanha de Marco Antônio Lage.
Na secretaria de Governo assume a coordenação política, incluindo o relacionamento com os vereadores e a comunicação da Prefeitura de Itabira. “Passamos a contar com toda a experiência de Márcio Passos nessa coordenação política”, ufaniza o prefeito, satisfeito com a nova nomeação.
Experiências
A “experiência política” de Márcio Passos foi largamente comprovada na administração de Li Guerra. Ele foi o idealizador e mentor do lançamento de um jornal semanal da Prefeitura (A Semana), cuja concorrência foi vencida por um empresário de Betim, ex-patrão de seu ex-assessor de imprensa, Fabrício Salomé.
Na ocasião, o jornal O Cometa Itabirano denunciou em suas páginas o direcionamento da licitação, com cláusula excludente, que condicionava a participação na licitação de empresa que possuísse gráfica própria.
Com isso, excluiu todas as empresas de comunicação de Itabira, pois na época nenhuma possuía gráfica própria. A exigência era indevida, uma vez que a publicação oficial da Prefeitura era semanal.
O jornal A Semana circulou até o fim do governo de Li. Em suas páginas o que se viu foi um fragrante desrespeito ao artigo 37, parágrafo 1º da Constituição Federal, ao fazer propaganda descarada dos feitos do governo municipal.
Isso enquanto o então procurador da Prefeitura, o advogado Mauro Márcio de Alvarenga, dizia que a publicação deveria se ater a publicar os atos oficiais da Prefeitura. “Deve ser um jornal feio, chato, que poucos leem, sem propaganda do governo”, orientou.
Mas o procurador não teve o seu parecer observado e o jornal fez semanalmente, enquanto existiu, propaganda descarada do governo.
A justificativa apresentada por Márcio Passos para a Prefeitura ter o seu jornal próprio foi que a imprensa local não divulgava as obras do governo. E encheu o jornal ode propaganda oficial, um acinte ao artigo 37 da Constituição Federal.
Pesquisas
Já como marqueteiro político, entre os seus feitos mais notórios estão não apenas as campanhas vitoriosas.
Consta também o vexame da derrota do candidato à sucessão de Li Guerra, o ex-vereador e médico cardiologista Leopoldo de Castro, em 1996.
Na campanha coordenada por Márcio Passos, Castro foi apontado como franco favorito nas pesquisas eleitorais, mas ele acabou ficando na “lanterna”.
Jackson Tavares (PT) foi eleito com 21.155 votos, Luiz Menezes, que tentava uma nova eleição, ficou em segundo lugar com 19.572 votos, enquanto Leopoldo de Castro amargou a terceira colocação, com apenas 12.750 votos.
Sobre a manipulação das pesquisas, das quais Leopoldo e a verdade foram as principais vítimas, o candidato derrotado fez um desabafo nas páginas de O Cometa, ao admitir que foi iludido.
Segundo ele, Márcio Passos teria indicado a contratação do instituto de pesquisa Leal-M, que acabou deixando a sua campanha “na mais completa escuridão”.
“Pagamos cerca de R$ 30 mil (valor da época, 1996) para nos enganar”, afirmou Castro ao O Cometa. O então candidato disse que acreditava fazer uma campanha eleitoral com base científica, inclusive com pesquisas qualitativas.
Mas concluiu, após a derrota, que a luz que via no túnel não teria passado do mais puro realismo fantástico.
“Negávamos o achismo e fizemos uma campanha acreditando que íamos vencer. Eu ainda não sei se foi traição ou se foi mesmo incompetência”, afirmou o ex-político, que, após a derrota, retornou à medicina e não mais se candidatou
Errata: Gabriel Quintão não é mais presidente do PDT desde julho do ano passado, mas integra a Executiva municipal do partido.
Prefeito adota a chamada velha política. A que parece está mais perdido que cachorro em mudança, vai derreter aoigual que o Capitão cloroquina.
Srs, bom dia, o Gabriel Quintão não é mais o Presidente do PDT desde julho de 2020 conforme consta na certidão de composição partidaria do TRE , ele faz parte agora da executiva do partido. o texto acima de vcs diz que ele é presidente, o que não é real.
Agradecemos pela correção. Leia errata no final do texto.
Vai dar chabu, neste caso o Novo não combina com trapaça velha.