Moradores voluntários cuidam de praças no bairro Pará
Ao anoitecer de quinta-feira (15/6), no exato momento em que os católicos acompanhavam a procissão de Corpus Cristo, as moradoras da rua Ipoema, no bairro Pará, Nelma Maria de Oliveira, Míriam Teixeira e Magaly Maria Júlia recolhiam as últimas folhas e galhos da pracinha do Paredão, há anos abandonada pela administração municipal.
Elas davam o retoque final a uma faxina que as três fizeram nos últimos 15 dias, depois de muito esperar por providências da Prefeitura. “Aqui estava um mau cheiro insuportável, mal conseguia ficar em casa”, conta Magaly Júlia. “A praça parecia um terreno baldio. Recolhemos marmitas com restos de alimentos, garrafas pets e até excremento humano”, acrescenta Nelma Oliveira.
Cansadas de esperar, elas seguiram o exemplo de outros moradores do bairro e que também reformaram praças e áreas verdes próximas às suas casas. E deixaram a praça (que nenhum morador soube dizer o nome, se é que foi algum dia batizada) pronta para receber da administração municipal uma pintura, iluminação, jardinagem e lixeiras.
“Prometeram que irão fazer tudo isso, é o que esperamos há anos”, diz Nelma, que se mantém esperançosa. “Quando o povo quer, faz o que tem de ser feito.”
Melhorias
No mesmo bairro Pará, na esquina da travessa Bebé Magalhães com a rua doutor José de Grisolia, o voluntário e funcionário municipal Wilson Couto, o Knor, juntamente com a moradora Dalva Amaro, cuidaram também da limpeza de uma área verde. Plantaram palmeiras e esperam o apoio da Prefeitura para outras benfeitorias.
“Aqui tinha muito mato e alguns vizinhos jogavam lixo. Estava insuportável. Ainda bem que o Knor veio nos ajudar”, agradece a moradora vizinha. O próximo passo será cuidar também da jardinagem da área verde da travessa Cassemiro Andrade.
Mais adiante, a caminho do Cemitério do Cruzeiro, onde Knor fez um trabalho notável de reabilitação, em frente ao antigo zoológico a moradora Conceição Freitas varre, planta, corta o mato com ervas daninhas, cuida para que a praça esteja sempre limpa e bem cuidada.
“É o nosso cartão postal”, diz ela, que também reclama da ausência da Prefeitura, que há muitos anos não cuidava do local. Sem iluminação, a praça virou ponto de encontro para consumo de drogas.
“A Prefeitura agora restaurou a iluminação, o que trouxe segurança”, diz ela, que conta também com a ajuda voluntária das irmãs e vizinhas Eunice e Noemia Vieira.
Já ao lado do cemitério, na rua Paulo Pereira esquina com doutor Guerra, Sônia e o marido Antônio Mendonça há bastante tempo cuidam do jardim ao lado de sua casa e da área verde que se estende pela rua doutor Guerra. Além disso, por conta própria, e em apoio ao trabalho do Knor, rebocaram e pintaram o muro do cemitério no trecho que dá para a rua Paulo Pereira.
Baratas, aracnídeos e escorpiões vinham do cemitério e invadiam a residência do casal. “O cemitério estava abandonado há anos, com muito mato e proliferação de animais peçonhentos”, conta Sônia, que recentemente foi “picada” por um escorpião vindo do cemitério e teve de ser medicada no pronto-socorro.
“Com a faxina e os cuidados do Knor, melhorou bastante. Mas ainda é preciso podar as árvores e melhorar a iluminação”, reivindica Antônio Mendonça, que foi flagrado podando a vegetação da área verde. “Se ficar esperando pelo serviço da Prefeitura, o mato toma conta”, diz.
No cemitério
Antes de iniciar há cerca de dois anos os trabalhos de reabilitação, jardinagem e cuidados gerais no Cemitério do Cruzeiro, Knor juntamente com moradores da rua doutor José de Grisolia, próximo ao almoxarifado da Prefeitura, fizeram uma reforma e um bonito trabalho paisagístico na praça João Cândido Moura. “Fizemos a reforma em mutirão e os moradores vizinhos continuam cuidando e mantendo a praça sempre limpa”, conta o voluntário e servidor municipal.
A recuperação do cemitério do Cruzeiro teve início após uma tragédia familiar, quando Knor sepultou um filho de 23 anos, estudante de História na cidade de Alfenas. “Vieram os colegas dele para acompanhar o enterro e passei a maior vergonha com o estado em que se encontrava o cemitério”, relembra.
“O meu filho nunca gostou de sujeira e de lugares mal cuidados. Foi quando resolvi limpar e cuidar do cemitério para reverenciar a sua memória.” Com o exemplo, muitos moradores arrecadaram recursos, compraram tinta e o local foi pintado, inclusive as esculturas de santos, atribuídas ao santeiro Alfredo Duval.
Para completar o serviço, o artista plástico João Batista Letro de Castro, o Marzagão (falecido recentemente), patrocinado pelo seu mecenas, o empresário Jânio Bragança, incorporou a sua arte ao cemitério.
“A minha maior recompensa são os elogios que recebo e a participação de mais gente que viram a importância de meu trabalho no cemitério, onde estão sepultados muitos personagens da tradicional família itabirana”, alegra o altruísta Wilson Couto, cujo trabalho tantos benefícios têm trazido à comunidade itabirana.
Viva Knor.
Kennedy já dizia:”Não pergunte o que seu país pode fazer por você. Pergunte o que você pode fazer por seu país.
John F. Kennedy. Viva aos moradores do Bairro Pará!
Precisamos de mais Knorr e pessoas voluntárias neste mundo. Precisamos transformar nossa indignação em ATITUDE.
Participação da comunidade eh fundamental! Que outros sigam o exemplo!
Horrores com Itabira.
Boa noite!!
Muitos anos não vou a Itabira. Não conheço o cotidiano da cidade, mas fico feliz em saber da atitude solidária dos itabiranos, tomando para si a responsabilidade de cuidar dos ambiente comunitários que são negligenciados pelo poder público.
Tenho, para mim, que não devemos esperar muito das autoridades responsáveis pela administração pública. Itabira não é diferente do resto do nosso país, onde os políticos só pensam em si, no enriquecimento ilícito, com o dinheiro da cidade, do povo.
Uma cidade só é cidade quando o povo toma atitudes como essa, no cuidado de praças e jardins e, como a restauração da Igrejinha do Rosário, entre outras, como a cobrança e fiscalização dos erários, dos historiadores resgatando a história da cidade . Creio que muitos exemplos e atitudes tem-se ai, não saberia citar todos.
Fico triste em saber do estado que estava especificamente esta pracinha.
Sou suspeita, minhas informações podem estar erradas , me permito ser corrigida, pelo pouco que sei.Mas o que sei é que meu avô adorava plantar , plantar manacá, onde quer ele ia, ele plantava manacá e que esta pracinha em si e , também na rua de cima, que não sei o nome, ele plantou muitos manacás. Não sei se eles ainda existem por ai.
Fico comovida com a atitude dos moradores vizinhos a praça que tomaram para si o seu cuidado.
Parabenizo a todos.
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lembro perfeitamente dos pés de manacá. tem uma lenda que diz que em casa que tem mancá a moça não vai casá. a flor de manacá coloria o paredão. os manacás do pará.
O bairro do Pará já esta esquecido ha muitos anos, eu como Itabirano nato e morador do pará por toda a vida (76 anos), não sinto orgulho nenhum de morar nesta comunidade. Os ônibus da CISNE demoram até 2 horas para vir ao nosso bairro, uma coisa que acho um absurdo pois não temos voz ativa junto aquela empresa pois eu não sou dependente desta porcaria de firma. Mas já aconteceu de eu estar no ponto esperando ônibus que viriam para cá mas infelizmente passaram 5 a 6 ônibus do bela vista,pedreira e diversos bairros de nossa cidade, mas o pará cadê? Isto é porque não temos que brigue pelos nossos direitos e eu estou pensando seriamente me mudar lá pru Irriri. A pracinha João Moura que é o nome de meu pai, foi totalmente restauradas pelos moradores daquela comunidade, por isto não devemos nada as políticos desta cidade, que infelizmente é o que não temos, pois João Monlevade tem 1/3 da população e de eleitores de Itabira, mas lá eles elegem um deputado estadual e outro federal, e aqui?
Como é bom ver praças e áreas verdes bem cuidadas no nosso Bairro Pará! Obrigada aos voluntários! Parabéns pela iniciativa!
Nelma Maria de Oliveira, Míriam Teixeira e Magaly Maria Júlia, Conceição Freitas, Dalva Amaro e o bendito Wilton entre as mulheres deveriam organizar uma Frente De Amor a Itabira, ensinar o Povo a amar seu território. Ele e Elas são belas pessoas!
Pesar pela morte do Mazagão. Presente!