População relaxa e a onda verde se desmancha nas aglomerações sem distanciamento social. Itabira volta para a onda amarela

Durou apenas uma semana a miragem da onda verde em Itabira, que resultou na flexibilização das medidas profiláticas e preventivas justamente à véspera do feriado de Carnaval pelo programa Minas Consciente, que regulamenta o funcionamento do comércio e serviços no estado.

O Comitê Extraordinário Covid-19 decidiu que, a partir de sábado (20), toda a microrregião de Itabira retorna para a onda amarela. Para o seu cumprimento, o prefeito Marco Antônio Lage (PSB) deve editar novos protocolos, por certo repetindo o que está no decreto municipal 0348, de 3 de fevereiro.

Mas o primeiro mandatário de Itabira, caso queira, pode ser mais restritivo se a situação epidemiológica na microrregião de Itabira assim demandar. O que o prefeito não pode é deixar de cumprir o que está previsto no Minas Consciente para a onda amarela.

A macrorregião centro, com sede em Belo Horizonte, à qual a microrregião de Itabira pertence, permanece na onda vermelha.

Fonte: Programa Minas Consciente/SES-MGSem surpresa

Para o prefeito, não foi surpresa o retorno da microrregião de Itabira para a onda amarela. E não deve ter sido surpresa também para muitos na cidade, dadas as aglomerações em filas na Caixa Econômica Federal, nos pontos de ônibus e nos coletivos, como também em bares, restaurantes e similares.

Ocorreu que, com o anúncio da migração para a onda verde na semana passada, véspera de feriado prolongado de Carnaval, com suspensão inclusive da campanha de vacinação, aumentou o relaxamento geral das pessoas, conforme foi observado nos últimos dias.

O resultado não poderia ter sido diferente, como aliás tem ocorrido desde que Itabira aderiu ao programa do governo de Minas Gerais, com as sucessivas mudanças de ondas.

Desprevenidas e despreocupadas, muitas pessoas ainda insistem em achar que a pandemia já passou e que a covid-19 é só uma gripezinha, como se observa, inclusive, em postagens de médico na rede social. Foi assim que ocorreram as indefectíveis aglomerações em festas particulares e familiares, inclusive fora da cidade, que ficou vazia no feriado prolongado.

“Infelizmente os dados não nos deixaram seguir por duas semanas na onda verde”, disse Marco Antônio Lage em seu bate-papo semanal pela rede social, nessa quinta-feira (18). Ele insistiu na necessidade de a população tomar os cuidados necessários e já bastante difundidos. “A nossa macrorregião está na onda vermelha. Foi por um milagre que não seguimos para essa onda”, alertou o prefeito.

Marco Antônio classificou a situação epidêmica no país como sendo de alta gravidade. No destaque, aglomerações continuam em frente à Caixa Econômica Federal (Fotos: Reprodução e Carlos Cruz)

Medidas mais restritivas

Depois de acentuar a gravidade da pandemia, com o país batendo recordes diários de óbitos, o prefeito ressaltou que o momento é de gravidade.

“Estamos vivendo uma escalada tenebrosa do vírus, com mais de 220 mil vidas perdidas para a covid. Quem perdeu parente ou amigo sabe o que significa a morte de um ente querido, pessoas que estavam bem de saúde. O risco é enorme, a ansiedade é grande. Mas só podemos relaxar depois que todo mundo que tiver de ser vacinado for imunizado.”

É assim que do primeiro mandatário itabirano se espera mais rigidez no enfrentamento à pandemia com o novo coronavírus (Sars-Cov-2) e com as suas variantes. Já há, inclusive, registro de contaminações comunitárias por essas variantes em várias cidades brasileiras. E essas variantes já podem ter chegado a Itabira e região.

“Seremos mais rigorosos, se preciso for”, assegurou o prefeito em sua live. Mas disse também que irá buscar consensos para manter o frágil equilíbrio entre a economia e a saúde, como se observa pelos indicadores de disseminação do vírus, a baixa taxa de isolamento social, além da ocupação de leitos nos hospitais da cidade.

“Já tivemos 66 mortes por covid-19 em Itabira e a taxa de ocupação de leitos já esteve oscilando entre 60% e 70%, tendo chegado a percentual maior em alguns dias”, informou o prefeito, preocupado com o risco de colapso do sistema municipal de saúde, mesmo com o aumento de dez leitos de UTI no hospital municipal Carlos Chagas.

“Se for preciso vamos adotar medidas mais duras, com base na opinião técnica e cientifica. Não vamos tomar decisão à luz da aventura ou do desejo de um ou outro, para agradar meia dúzia de pessoas, determinados segmentos e ou políticos que eventualmente fazem pressão. Nosso compromisso é com a saúde pública para salvar vidas”, assegurou o prefeito – e é o que se espera do primeiro mandatário itabirano.

Fonte: Itabira no monitoramento da Covid-19/Secretaria Municipal de Saúde/PMIMais indicadores

Nesta sexta-feira (19), de acordo com dados do site Itabira no Monitoramento da Covid-19, a taxa de ocupação de leitos UTIs exclusivos para pacientes SUS está em 48%, com um total de 12 pacientes internados para tratamento intensivo, sendo que a disponibilidade é de 25 leitos.

Já nas enfermarias a taxa está em 35%, com 19 pacientes internados com sintomas mais leves e disponibilidade de 55 leitos exclusivos para tratamento pacientes SUS com covid-19 nos dois hospitais.

Outro indicador que derrubou Itabira na efêmera onda verde foi a taxa de transmissão do vírus (RT). Nos últimos sete dias oscilou entre 0.60 e 1.24, o que indica que a cada grupo de 100 contaminados pode infectar outras 124 pessoas – uma taxa muito alta.

Também pesou o baixo índice de isolamento social, tendo ficado entre 20% e 40%. O ideal é que permaneça acima de 50%.

 

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