Segregação de materiais recicláveis volta a acontecer a partir de fevereiro na Central de Resíduos administrada pela Itaurb

Desde março do ano passado, resíduos recicláveis recolhidos em Itabira, como papel, vidro, ferro, alumínio, que têm valor econômico e mercado assegurado, além de outros materiais não orgânicos (secos), continuaram sendo recolhidos pela Coleta Seletiva, mas desde então deixaram de passar pelo Centro de Triagem, no bairro Nova Vista.

A nova administração municipal promete retornar, em 1º de fevereiro, com a coleta seletiva (que não deixou de ocorrer) e com os trabalhos de segregação de resíduos. Nesta data, a Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb) completa 36 anos.

A Itaurb foi fundada pelo ex-prefeito José Maurício Silva (1983-88), com a consultoria do professor Paulo Neves de Carvalho (já falecido). O seu objetivo inicial era cuidar da gestão dos resíduos urbanos, varrição e coleta, além de executar obras municipais como balizadora de preços – e também em casos de emergência.

Recomeço

Manejo inadequado e disposição de resíduos recicláveis podem ter comprometido a vida útil do aterro sanitário de Itabira (Foto: Carlos Cruz). No destaque, Danilo Alvarenga visita o Centro de Triagem da Itaurb (Foto: Divulgação)

Para a central de resíduos voltar a funcionar, o presidente da Itaurb, Danilo Alvarenga, assegura que as operações seguirão os protocolos de prevenção ao novo coronavírus.

Os servidores devem fazer uso permanente de máscara – e de todos os equipamentos de proteção individual (EPI) –, além do uso frequente de álcool em gel, distanciamento.

Haverá ainda redução do número de trabalhadores nos turnos. “Trabalhadores dos grupos de risco seguem afastados do trabalho”, assegurou.

“O retorno da triagem é para deixar de destinar material, que pode ser reciclado, para o aterro. É uma questão ambiental e econômica. A Itaurb precisa melhorar o seu faturamento”, justificou o diretor-presidente.

Com a volta da coleta seletiva e dos trabalhos no Centro de Triagem, o Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos Municipais de Itabira (Sintsepmi) pede aos moradores para condicionarem adequadamente os resíduos em sacos plásticos.

E que sejam higienizados com álcool antes de levados para fora de casa, para não contaminar os coletores com o novo coronavírus.

Saiba mais

A suspensão do serviço de triagem pela administração passada atendeu a uma recomendação do Ministério Público, como parte das ações de enfrentamento ao novo coronavírus. Leia mais aqui.

Ao invés de suspender os trabalhos no Centro de Triagem, a administração passada poderia ter dotado o local com melhores condições de trabalho. Ou até mesmo transferindo o serviço para um galpão mais amplo e arejado.

Mas optou por encerrar as atividades de segregação do materiais, encaminhando-os sem reaproveitamento para o aterro sanitário. Com isso, Itabira perdeu, temporariamente, um serviço de coleta seletiva e reciclagem implantado no final da década de 1980, na administração do ex-prefeito Luiz Menezes (1989-82) – e que chegou a ser referência em todo o país.

Aterro sanitário perde essa característica quando é permitida a presença de animais entre os resíduos (Foto: Carlos Cruz)

Com a destinação incorreta dos resíduos recicláveis, e também de materiais que deveriam servir para compostagem, a vida útil do aterro sofreu impacto negativo. Inaugurado em 2012, o aterro foi projetado para ter uma vida útil até 2030. Hoje já não se sabe se chega a tanto.

Isso porque esse horizonte temporal pode ter sido comprometido com a disposição de recicláveis, como também pelo manejo incorreto do aterro nos últimos anos.

Com a implantação do aterro sanitário foi enterrado o antigo lixão, onde, por mais de 40 anos a cidade dispôs os seus resíduos sem nenhum controle ambiental, em meio a criatório de porcos e cães abandonados.

No ano passado, após a suspensão da coleta seletiva, a reportagem deste site visitou o local e lá encontrou animais (cavalos e cachorros) em meio aos resíduos, o que é proibido pela legislação.

Sindicato cobra melhorias nas condições de trabalho e segurança

Galpão onde funciona o Centro de Triagem necessita de reforma ou de transferência para um local mais apropriado. Danilo Alvarenga vistoriou o local (Foto: Divulgação)

Antes de ocorrer a suspensão dos trabalhos no Centro de Triagem, o Sintsepmi havia cobrado da Prefeitura mais equipamentos de segurança para todos os que fazem a coleta de resíduos e a limpeza com varrição da cidade.

Com a suspensão dos serviços, o presidente Auro Gonzaga sugeriu à Prefeitura que aproveitasse a paralisação para melhorar a estrutura do centro, e assim, assegurar condições de trabalho digna e segura para os trabalhadores da Itaurb.

Segundo ele, até então as condições de trabalho eram insalubres no local, com grande risco de acidentes de trabalho. “O telhado está com goteiras e as correias estão esgarçadas, precisam ser substituídas antes que provoquem acidentes. A carregadeira está sem freios”, denunciou o sindicalista em vídeo postado na rede social naquela ocasião. Essas reivindicações continuam pertinentes e precisam ser atendidas pela Itaurb.

Outra sugestão é pela transferência do Centro de Triagem para um local mais apropriado. Um dos locais sugeridos para a transferência fica próximo da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Laboriaux.

Essa era a proposta que chegou a ser levantada no passada, para deixar o Centro de Triagem próxima da ainda inexistente Central de Resíduos, cuja instalação deixou de ser executada, mesmo constando de condicionante da Vale pela Licença de Operação Corretiva (LOC).

Com a transferência, o Centro de Triagem deixaria de impactar a vizinhança do bairro Nova Vista, que já sofre com a insalubridade de esgoto que, há mais de 30 anos, corre a céu aberto na margem da barragem do Pontal.

 

 

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1 Comentário

  1. Gostaria de acrescentar que se faz necessário uma nova comunicação com a comunidade local, a cidade recebeu muitos moradores de outras cidades com a Unifei e Vale. E moradores que não têm o habito de separar o lixo de forma adequada, portanto é importante informar as pessoas como elas devem proceder.
    Otra questão é cadê a central de resíduos?
    Fica a dica

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