Rios e cachoeiras de Itabira, como em Serra dos Alves, ficam cheios de turistas e novo coronavírus no feriado prolongado

Apesar de Itabira ter migrado para a onda verde pelo programa Minas Consciente, em um momento ainda crítico da pandemia, como se observa pela sua rápida dispersão pelo interior do estado e na região, o novo coronavírus (Sars-Cov-2), que causa a não poucas vezes letal doença Covid-19, transitou livremente entre banhistas nos rios e cachoeiras dos distritos de Senhora do Carmo e Ipoema.

Como disse uma moradora de Serra dos Alves, distrito de Senhora do Carmo, as pessoas não estão respeitando as medidas preventivas frente à pandemia e transitam no povoado sem fazer uso de máscaras. “Colocam em risco a saúde dos nativos, que são dos grupos de risco, em sua maioria”, entristece.

Com o tempo aberto, sol durante todo o dia, umidade abaixo de 43%, era previsível que as pessoas, cansadas de ficar em casa depois de tanto frio, aspirassem por um sol para chamar de seu, procurando rios e cachoeiras com águas super limpas nesta época do ano.

Era também previsível que ocorreriam aglomerações, como a que se observou na cachoeira Boa Vista, também no distrito de Senhora do Carmo, a ponto de ficar intransitada a estrada vicinal. Segundo relatos, não havia como passar por lá sem o risco de atropelar banhistas sem máscaras, uma multidão com cervejinhas nas mãos como se nenhuma pandemia estivesse acontecendo no país e no mundo.

Itambé monta barreira sanitária na entrada da cidade

Precavida, a Prefeitura de Itambé do Mato Dentro montou barreira sanitária na entrada da cidade para impedir a propagação do vírus entre moradores nativos. Já Itabira liberou geral

Tudo isso era previsível, mas a Prefeitura de Itabira não montou barreiras sanitárias, como também não proibiu banhos em rios e cachoeiras, fechando as entradas.

Foi o que fez a prefeitura de Itambé do Mato Dentro, que tem mantido barreira sanitária na entrada da cidade para impedir a entrada de turistas, o que fez com que muitos retornassem para Itabira onde tudo estava liberado geral.

É fato que, mesmo com a barreira sanitária em Itambé, muitos a burlaram alegando que iriam visitar parente ou amigo. Mas os próprios moradores vizinhos das cachoeiras, preocupados com a propagação do vírus, enxotaram os turistas e farofeiros, conforme relatos de muitos que por lá se dirigiram na vã tentativa de pegar um sol ainda de inverno com temperatura de verão.

Itabira libera geral

Já em Itabira, como se observou, não houve barreira sanitária. O banho e as aglomerações aconteceram em todos os rios e cachoeiras dos distritos. Ou em quase todos.

A aglomeração de pessoas em rios e cachoeiras era previsível dado o aumento da temperatura nesse fim de semana prolongado, um quase solstício de verão ainda no inverno. Mas a Prefeitura de Itabira não tomou as providências que tinha obrigação de tomar como medida para impedir ainda mais a propagação do vírus.

Diferentemente do que fez a Prefeitura e moradores de Itambé do Mato Dentro, que fecharam e lacraram as entradas das principais cachoeiras, as autoridades sanitárias de Itabira até então nada fizeram, para gaudio dos incautos turistas, que certamente não estão nem aí para a pandemia, como também para os negativistas que negam peremptoriamente a sua existência.

Em Itambé do Mato Dentro esses turistas até tentaram burlar a vigilância sanitária, mesmo não sendo bem-recebidos no município. Mas foram prontamente rechaçados por moradores nativos. Eles sabem o perigo que o vírus representa para todos, em especial para quem vive nas pequenas comunidades onde ainda não têm transmissão comunitária.

Com certeza, e para tristeza geral, os próximos boletins epidemiológicos da Secretaria Municipal de Saúde de Itabira devem registrar o crescimento da taxa de retransmissão do vírus no município, que vicejou com força entre banhistas nos rios e cachoeiras dos distritos de Itabira, entre o cigarro e a cerveja com churrasquinho e o sol escaldante.

Imagine como será quando o verão chegar.

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