Sem surpresas, campeonato conhece os classificados e Mineirão tem festa antecipada do Galo
Luiz Linhares*
As quartas-finais do Campeonato Mineiro, neste fim de semana, ocorreram dentro do esperado, como sempre. Atlético e Cruzeiro, que tinham vantagem pelas melhores campanhas na fase inicial, venceram até com méritos.
A torcida azul e branca saiu do estádio exultante com a performance de seu time. Os Atleticanos também saíram satisfeitos, até por encontrar um adversário bem postado e organizado na defesa – e também ousando, algumas vezes, ir ao ataque.
Já no confronto interiorano não se pode dizer que houve brilho. Em Varginha, o que se viu foi um jogo equilibrado, com empate em 1 a 1 nos noventa minutos, classificando-se o Boa Esporte ao derrotar o Tombense nos pênaltis.
Só falta agora definir o último classificado para a semifinal, em partida que acontece nesta segunda-feira (25), às 20h, no Independência, no confronto entre América e Caldense.
Galo se classifica e comemora 111 anos com a torcida no Mineirão
Nesse domingo (24) teve festa antecipada no Mineirão. É que hoje o Galo comemora 111 de existência, de amor, de paixão.
A festa antecipada no Mineirão foi completa, com espetáculos dentro e fora do estádio, diante de um público equivalente a quase dois Independências abarrotados de torcedores.
E o time alvinegro teve ainda o mérito de ter uma vitória alavancada de acordo com os preceitos atleticanos de ser, com a torcida judando a classificar a equipe para a semifinal do campeonato estadual.
Embora predominasse o tipicamente conhecido ataque contra defesa, o time de Juiz de Fora manteve forte marcação, formando uma linha inicial de cinco, uma segunda com quatro e com um único jogador para atuar como algo próximo do que se pode chamar de ataque.
A meta era não deixar o Galo chegar ao gol – e com sorte, tentar se classificar nos pênaltis. Seria uma façanha e tanta para o time de Juiz de Fora seguir em frente no Mineiro.
Mas faltou ao treinador Paulo Campos, do Tupinambás, combinar com o inspirado Casares. O craque, quando está inspirado cabe o adjetivo, pôs tudo a perder aos vinte e sete minutos do primeiro tempo, justo quando tudo parecia ir bem dentro do esquema tático previamente traçado pelo experiente treinador.
Foi quando o Tupinambás tomava pressão e buscava com todas as forças e empenho controlar as ações alvinegras. Mas o camisa 10 da nação atleticana mudou a história ao fazer o primeiro gol – e pôs a perder todo o esquema tático de Paulo Campos.
Cazares foi importantíssimo na partida, tanto na criação como na definição, já que ele fez mais um gol, para gáudio da aguerrida torcida em festa. E abriu espaços na fechada defesa, juntamente com o incansável Luan, infernizando o time da Zona da Mata.
Nessa festa alvinegra, o veterano atacante Ricardo Oliveira não podia ficar de fora. E fez o terceiro gol, deixando o seu nome mais uma vez cravado na história atleticana, com uma brilhante cobrança de falta.
Ainda não é o time que o torcedor deseja, mas ontem o Atlético teve o espirito que a sua aguerrida torcida quer.
Jogou para ganhar, acreditou em suas forças. E mandou três bolas na rede, outras três no travessão – e só não passou a liso por erro de arbitragem na marcação de um pênalti que não existiu.
Venceu com mérito ao enfrentar um adversário organizado, que ousou algumas vezes ir ao ataque, mesmo arriscando deixar a defesa desguarnecida. O Tupinambás Valorizou a vitória do Atlético, que se mantém firme com a meta de ser campeão mineiro.
Para isso, daqui pra frente joga por dois resultados iguais. O título pode trazer melhorias e a paz que todos por lá precisam.
Cruzeiro vence fácil e joga na quarta como favorito no Magalhães Pinto pela Libertadores
Já o time celeste fez, com méritos, o seu melhor jogo do ano. Se não havia perdido para ninguém, ainda faltava mostrar o brilho de belas jogadas bem tramadas, com se viu na partida de sábado.
O Cruzeiro sobrou contra o Patrocinense. Fez dois gols no tempo inicial – e mais três no complementar. Poderia ter sido um massacre bem maior, uma vez que foi absolutamente dominador.
A equipe do alto Paranaíba jogou fechado, apostando em cozinhar a raposa. Mas não deu certo: tomou o gol com menos de dez minutos e tudo foi por água abaixo.
Ressalto a já boa condição de dois novos contratados e que pelo meio vêm ditando o ritmo, como se observou nesse sábado. Escrevo sobre Rodriguinho e Marquinhos Gabriel, ambos perfeitamente encaixados no esquema de jogo do Cruzeiro.
Sem dúvida, eles foram destaques da partida. Fizeram gols e criaram muito, mostrando força crescente num time que está vivíssimo e pronto para brigar pelo título.
Na Libertadores, enfim, vai acontecer o jogo contra o time venezuelano Deportivo Lara, na quarta-feira, às 21h30, no Mineirão. Sem dúvida que o Cruzeiro é absolutamente favorito, aproveitando-se do bom momento já alcançado. A expectativa é de uma segunda vitória nesta fase de grupo da Libertadores.
Pitacos finais
Antes de finalizar, mais duas observações se fazem pertinentes para encerrar a coluna. No fim de semana, a seleção da Venezuela, não obstante toda crise política que o país atravessa, bateu a seleção Argentina de Messi por três a zero. Não pode dar brecha, futebol é muito dinâmico – e, óbvio, traiçoeiro.
Para finalizar, nesta segunda-feira tem o último confronto das quartas de final pelo campeonato Mineiro. O América enfrenta a Caldense no Independência, às 20h.
Sou mais coelhão e espero uma vitória sem atropelos. Estou com a lógica: é o terceiro melhor da primeira fase, enquanto o adversário foi o sexto. Vai lá Coelho e escreve mais esta.
*Luiz Linhares é diretor de Esportes da rádio Itabira-AM