Humanos nas vertigens absorventes do nanotécnico: um novo desafio!

Veladimir Romano*

O desafio do átomo anda mexendo faz gerações com a curiosidade humana. Mais do que ciência, podendo nossa atenção considerar eventualmente questão envolvente ao mais ínfimo dessa curiosidade, vamos descobrindo malhas atraentes ou mágicas de um mundo absorvido por outros mundos.

Com átomos, até aqui já a Humanidade finalmente chegou mexendo com a nanotecnologia; entretanto, ficam muitas perguntas nas quais a mais complicada sobre realidades influenciadas pelo sistema financeiro sempre egoísta, especulador feito abutre esperando sua oportunidade dominante, querendo monopolizar áreas onde se consigam acumular planos desesperantes de milhões, se não, bilhões e, certamente depois, trilhões: tal a cobiça sobre tudo quanto mexa, seja caça para explorar nas mãos ágeis dos exploradores de mercado obcecados com processo capitalista.

Em tempos modernos da evolução do ser inteligente, detentor do seu livre arbítrio, o efeito capitalista é um dos maiores desafios a qualquer desenvolvimento tecnológico quando este demonstra energia absorvente no campo do lucro exagerado [selvagem].

No entanto, a base de toda a realidade das variantes tecnológicas em âmbito mais moderno, fica devendo aos aplicados teóricos investigadores, cientistas e animadores tecnológicos sobre cada tema pesquisado de forma exaustiva hoje em dia dominando múltiplos centros universitários mundiais como este que acabamos de viver nos dias finais de 2018 na Holanda [novembro/dezembro], cidade de Zeist, acervo e cérebro eletrônico do país das tulipas.

O exemplo do laboratório de física localizado na Suíça, o CERN [Organisation Européenne pour la Recherche Nucléaire = Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear], é dos maiores eventos criados a nível planetário pelas nações europeias contudo, dentro do intuito de favorecer conhecimentos partilhados em benefício de todos e não apenas para alguns. Assim, do incompreensivelmente pequeno no estudo das estruturas moleculares e atômicas, não é na individualização que se funde, mas na união a um futuro baseado no melhoramento das expectativas; aplicações podem sair mais resistentes, com maior leveza, sem poluir, de maior economia em menor custo onde fica também maior precisão sobre cada elemento servindo industriais ou complementando outras tecnologias de parceria.

Em tempo real, acumulando conveniências, cresceu uma total vertigem absorvente dedicada ao tamanho e profundidade dentro de todos os pormenores científicos; do quanto ele exige, se podemos aprimorar o desempenho humano, o resultado particular no proveito das economias despertou atenções a quem também manipula números e resultados dentro da composição financeira.

Ficamos no ponto da interrogação em milésima relacionada escala incorporando átomo depois do átomo como substância, partículas podendo variar formas, transformar superfícies, composições e tamanhos. Das vantagens da Física aos da Química, é a vertigem interrogativa no seu ponto milésimo, tudo marca diferenças em perfeita reciclagem.

O emergente é coletivo, vontade fascinante que todos os dias prometem novos horizontes, sonhando inovações capazes de refazer a existência de tudo quanto rodeia cada ser, seja o seguimento revolucionário humano criando alianças com entusiasmo, não com angústias pelo tamanho dos problemas contemporâneos afligindo sociedades, descontando sempre nos confrontos financeiros devoradores, manipulando nas promessas inovadoras sobre [igualmente] nas perdas para o domínio humano unicamente em favor das elites nefastas, abusadoras, insuportáveis, difusas, indiferentes à engenharia universal contida na grande lição do átomo: uma das riquezas pungentes da natureza.

Sobre este tal mistério do rendimento energético futurista condensado no prefixo “nano”, aderindo deliberadamente na nova ordem tecnológica; relembro a tranquila figura que, enquanto viveu, marcou gerações a quem entregou generosamente seu talento literário dos quais da sua frutífera obra, destaco aqui em oportunidade, editado pela Arcádia em 1952, curtas biografias romanceadas dos “Deuses e Demônios da Medicina” do médico-escritor Fernando Namora, descrevendo Franz Mesmer (1734-1815), médico, cientista, pesquisador das terapias [revolucionárias] magnéticas.

Este cientista, operando em série, ficou famoso, rico, mas fascinado pelo próprio sucesso na perspectiva médico-científica, utilizando força ou energia magnética das aparelhagens curando pacientes com êxito, cresceu no seu ego uma aniquiladora vaidade até ao vício com ganho financeiro.

Criou inimigos  poderosos. Logo se viu também rodeado de vazios, perseguido, vítima das intrigas, desenvolveu comportamentos alucinantes dos próprios fanáticos deste “mesmerismo”, até aos louvores das classes abonadas entre outros admiradores, levaram-no à penúria vertiginosa sendo depois vítima de ódios, caindo então na época a ideia duma solução séria para várias doenças através duma tecnologia aplicada com rigor.

No entanto, o sucesso falhou e, assim se aprende com Franz Mesmer que nem todos estão preparados ou vivem apaixonados pelas boas novidades tecnológicas ou quem prediga continuidades sobre modas inovadoras.

No plano restrito que várias teorias colocam cada princípio no respeitante ao extremo das leis, dessa condução uniforme não importando dos dedicados cientistas a viagem dos mundos desconhecidos oferecendo excêntrica física, não dependente de qualquer circunstância mas simultaneamente complemento surpreendente construindo ocorrências fenomenais contaminando intensidades dessa idêntica curiosidade humana sonhando vigorosa entre dinâmicas significativas em vista mas conquistando processos rentáveis, eficazes, limpos; instalando utilizações da mais pequena escala até aos maiores adventos do repasso financeiro, novamente, contra anseios sociais entre todas as intenções políticas da nossa sociedade, exemplos negativos não faltam.

Faz séculos perdura na mentalidade humana o perfeito balanço da era nuclear construindo não somente a esperança, mas o futuro atômico diferenciando fatos, até entrar no assunto da “nano” perante a minúcia para alguns [não será só questão convencional] ou ainda sobras matemáticas mantidas pela lógica apropriada dos números, estabelecendo refinamentos de tudo pela força do capital precisando cálculos [parecendo] inteligíveis, emanam simetricamente disposições envolvendo outra matemática repulsiva também renunciando [a pretexto] ao exercício livre mas cauteloso do movimento científico.

Custos explosivos permitem investigação, ganhos, especialização até compreender dinâmicas elementares; são na maioria patrocinados pelo erário público, sendo bem menores aplicações privadas, embora mais tarde, o privado queira ser o melhor beneficiado.

Uma das áreas onde esse oportunismo seja notado é a futura produção do nano-armamento, nano-produtos, fibras e partículas; setores continuamente organizando parcerias entre a química, eletrônica, genética, biologia, física em simultâneo com manufatura molecular; são já prioridades emergentes podendo e muito favorecer aos humanos a vida no planeta.

No entanto, advertências recentes feitas pelos cientistas, em particular pelo Prêmio Nobel da Química 2018: Jean-Marie Lehn e seu companheiro também laureado: Eric Descher, alertando ao negativo panorama sobre a perda desse domínio caso o Capitalismo no seu estado aglutinador [em especial] de sentido neoliberal adotando “regulação assimétrica” da economia, abusando das “lógicas de mercado”, seja fragmentação perversa em políticas de competição financeira colocando em alto risco existencial e social, ambiental, laboral, fiscal; arrastando a ciência ao bloqueio quando somente o Estado garante equilíbrio, coesão e responsabilidade.

Empresas, como a multinacional Philips, aplicarammais de bilhão e meio de euros na pesquisa e fabrico de pequenos condutores microelétricos como bom exemplo sempre trabalhando junto com equipas estatais; o mesmo vão fazendo a Suécia, Suíça, China, Alemanha, Canadá, Itália, África do Sul, Israel, Rússia, Austrália, Áustria, Índia, China, Japão, Reino Unido e França… daqui nascendo o acordo internacional “Nano-Ciência Responsável”.

Já em 2005, seguidamente a outro acordo: “Ética e Perspetiva Industrial”, estabeleceu a União Europeia (UE), em relatório vindo das investigações de 2004 em “Tecnologias Convergentes para uma Sociedade Europeia do Conhecimento”, se conseguiu para África o “Secretariado Consultivo Internacional para uma “Nano-Ciência Responsável”.

Nos EUA, instituições estatais foram lançando programas sanitários e, dos investimentos públicos desde 2004, dos 400 milhões de dólares, a fatura saltou para mais de dois bilhões [2014] em investimento patrocinado pelo Estado, mas de olho atento ficaram empresas privadas manipulando no imediato senadores e congressistas engajados com forças privadas.

Um aspeto parece, contudo, relevante onde não se descobrem quaisquer preocupações ainda agora, nem obedecendo a discussões dentro da prioridade técnica, atendendo o problema ambiental e a possível criação de tóxicos quando desenvolvendo técnicas na nanotecnologias.

O processo impactante desta ciência [recente] entre outras colaterais, quais verdadeiros riscos ecológicos num planeta cada vez mais reduzido em espaço verde, ameaçado todos os dias, absorvido do jeito que anda pela globalização num desenfreado regime de economias submissas ao mais brutal esquema capitalista, dão nascimento a novas vertigens humanas absorvendo cada desafio desses atos impactantes quando forças dominadoras quiserem numa absorção manifestamente egoísta, aplicar mais algum golpe contra a Humanidade.

Desta realidade, terá seu último acerto com forças demoníacas… saberão os povos do mundo despertar para defender a liberdade e o proveito duma força futurista com base em cultura tecnológica de ponta avançada que apenas deverá servir o bem estar humano no seu quadro geral… veremos novos desafios!

*Veladimir Romano é jornalista e escritor luso-caboverdiano

 

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