Pitacos da rodada esportiva
Luiz Linhares*
Times brasileiros decepcionam na Libertadores das Américas
O Brasil decepcionou na Libertadores das Américas. Tínhamos uma esperança enorme nos sobreviventes Grêmio e Palmeiras após o desempenho obtido nos jogos de ida. Ledo engano.
Fomos superados em todos os quesitos. A esperança se tornou lamento e esse apagou por completo com a tal esperança brasileira de mais um título continental.
Convenhamos que são vários fatores que promulgaram este nosso fracasso, incluindo aí o Cruzeiro, Flamengo e Corinthians. Já há um bom tempo que nossos clubes não são os mesmos.
Deparamos com uma receita clubistica muito acima da proporcionada há uma década, como também com um elevado grau inflacionário a um pequeno grupo de atletas, alguns em cada clube, o que gera uma cala-boca oneroso aos demais atletas.
Outro fator que considero determinante é a baixa qualidade técnica. É o futebol força preterindo a técnica, a arte com a bola nos pés. Achar que somos sempre os melhores já é de nossa cultura, difícil é manter este padrão ao longo das fases.
Brasileiro ainda não se deu bem no jogo de mata-mata com os nossos rivais sul-americanos, em especial jogando contra os argentinos, detentores de muito mais títulos acumulados ao longo dos anos pelo futebol força, competição, catimba e sabedoria na própria interpretação do regulamento.
Não posso neste ano deixar de lado de comentar a novidade do “árbitro de vídeo”, o agora famoso VAR. Foi sem dúvida uma ótima opção na Copa do Mundo, evitando que erros crassos pudessem interferir em resultados.
Já na Libertadores não foi o que se observou. O que se viu foram erros de interpretação que mudaram em muitos casos a história da disputa, que o digam o Cruzeiro e o Grêmio, prejudicados que foram de forma escancarada. O VAR acabou sendo nessa competição o grande vilão tecnológico. Tomara que aprendam a lidar com esse instrumento, para que se cumpra o papel da neutralidade e justiça nas ações tomadas.
O Grêmio por último perdeu também no tapetão. Restam agora dois times argentinos jogando a grande final, Aos brasileiros resta acompanhar e melhor preparar para o que vem no próximo ano.
Cruzeiro usa força máxima em respeito ao Campeonato Brasileiro
O time celeste venceu o clássico usando o que tinha de melhor. Mano Menezes demonstrou respeito ao campeonato e ao que ele ainda representa para muitos.
O Cruzeiro jogou um primeiro tempo brilhante. Fez dois gols, sendo o primeiro um golaço no estilo já consagrado de Arrascaeta.
Mas se perdeu um pouco no tempo complementar. Cedeu espaço ao América. Mas, por fim se superou, venceu e encostou no Galo na tabela do Brasileirão, mesmo não havendo necessidade, uma vez que já está classificado para a próxima Libertadores.
Como já disse o treinador, agora é jogar brincando, mostrando qualidade, com cada atleta mostrando o seu estilo de jogo, fazendo valer a força da camisa celeste.
Atlético queima gordura e tem dificuldade para se classificar para a Libertadores
Já o Atlético se complicou ao perder no Independência para o Grêmio. O time alvinegro está há oito jogos sem vitória. Com a gordura da sexta posição esgotada, vem a necessidade de vencer nos próximos jogos
O torcedor demonstrou, com razão, uma perda de paciência. Chamou o time de “sem vergonha” e vaiou alguns de seus principais nomes.
Agora só resta dar a volta por cima e o mais rapidamente possível. O treinador Levi Culpi encontrar uma fórmula de tornar o time mais eficiente.
São esses os únicos fatores que podem dar paz, tranquilidade e um novo ano melhor. Que venha o líder Palmeiras, com quem joga a próxima batalha, ainda dentro de casa. Mais uma vez, é preciso vencer ou vencer.
América luta mais uma vez contra o rebaixamento
Infelizmente o América perdeu para o Cruzeiro e chega pela primeira vez a zona de degola. Agora está entre os quatros piores. Daqui para frente só interessa vencer, se quer permanecer na elite do futebol brasileiro.
Observar a diretoria ficar esbravejando contra a arbitragem é pouco diante das inúmeras dificuldades que terá pela frente. O Coelho enfrenta o “lanterna” Paraná em casa no próximo sábado.
E no meio da semana subsequente encara o Internacional, em Porto Alegre. Dessas partidas o que a torcida espera é que saia a reação. Após essas duas partidas, serão apenas mais quatro jogos. E tudo pode piorar, caso a reação não aconteça.
Isso caso não queira repetir a triste sina do passado recente. O América subiu em 2010 e caiu em 2011. Voltou a ser promovido em 2015 e rebaixado novamente em 2016. Espero sinceramente que essa história não se repita.