Luiz do Mosaico é candidato a deputado estadual e estremece as candidaturas de Mucida e Nozinho
Os candidatos Bernardo Mucida (PSB) e Raimundo “Nozinho” Nonato Barcelos (PDT), que disputam quem será o deputado estadual majoritário em Itabira, caso sejam eleitos, que se cuidem: Luiz Antônio Viana Zanon, blogueiro e jornalista itabirano, também disputa uma vaga na Assembleia Legislativa de Minas Gerais nas eleições de domingo (7), pelo Partido Pátria Livre (PPL).
Luiz do Mosaico, que é como Zanon ficou conhecido, editou por muitos anos em Itabira o combativo jornal O Mosaico, de 1996 a 2000 e depois de 2006 a 2010. Foi fundador do Cineclube Lima Barreto, um movimento de base que nas décadas de 1970/80 levava cinema aos bairros da cidade – e participava de mutirões de construção de casas populares pelas Caritas Diocesana.
Uma de suas reportagens de maior repercussão foi a do famoso “computador da Nasa”. Na reportagem ele acusou o ex-prefeito João Izael (2005 a 2012) de ter adquirido um computador superfaturado pela soma astronômica de R$ 223.792,10, com base em documento público que teria obtido.
Foi processado e condenado a pagar R$ 20 mil de indenização ao ex-prefeito. E também ficou proibido de publicar em seu jornal charges e fotos de João Izael. Ele recorreu da sentença e o processo ainda corre no TJMG.
“Sou o único jornalista a sofrer esse tipo de censura no país”, ele se considera. “O juiz deu sentença sem entrar no mérito da denúncia. Por isso recorri para exercer a exceção da verdade, que é a prova do que publiquei.”
A sua candidatura foi surpresa para muitos – e só foi homologada no dia 20 de setembro. “Num primeiro momento, o TRE-MG disse que eu não teria sido filiado ao partido no prazo legal. Depois consegui provar que a minha filiação ocorreu seis meses antes da eleição”, conta o jornalista.
Após o reconhecimento de sua filiação, Zanon teve ainda de provar que é alfabetizado, mesmo sendo jornalista. “A serventuária do TRE me ditou um texto declarando que não sou analfabeto. Todo esse atraso prejudicou a minha candidatura, que só agora, na véspera da eleição, pude divulgar”, lamenta.
Estaduais
Com a candidatura de Zanon, Itabira passa a ter pelo menos quatro candidatos a deputado estadual. Advogado e cientista político, Bernardo Mucida é um dos que têm mais condições de ser eleito, pelo recall acumulado. Foi vereador e candidato a prefeito nas eleições de 2016, quando obteve 27.375 votos.
Quem também tem chance é o empresário Raimundo Nonato. Disputando a reeleição, o deputado Nozinho foi vereador e prefeito de São Gonçalo por dois mandatos. Natural da vizinha cidade, ele há muitos anos se estabeleceu em Itabira como empresário, onde estreitou amizades e alianças políticas.
Outra que disputa uma vaga na Assembleia Legislativa de Minas Gerais é a militante social Camila Sgarbi (Pros). Ela é atuante na área, principalmente na prevenção do consumo de drogas, como também em projetos de reinserção social de dependentes químicos.
Federais
Como sempre ocorre, são também muitos os candidatos a deputado federal. Rodrigo “Diguerê” (PRTB) é um dos que disputam uma vaga na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Vereador, foi presidente da Câmara Municipal de Itabira e líder do ex-prefeito Damon Lázaro de Sena (PV), de quem foi também correligionário. Depois rompeu com o ex-prefeito, desligando-se do ex-partido.
Outro vereador candidato é Reinaldo Lacerda (PHS), empresário da construção civil. Ele é secretário da Câmara Municipal de Itabira e foi secretário de Obras no início do governo Damon Lázaro.
O ex-vereador Toninho da Pedreira (PRTB) também disputa uma vaga na Câmara dos Deputados. Atualmente exerce cargo de confiança no governo de Ronaldo Magalhães (PTB), na Secretaria Municipal de Ação Social.
E por fim, se é que não há outros candidatos, o ex-chefe de Gabinete Elias Lima (PMN), no governo de Damon Lázaro, é mais um candidato a deputado federal. Pastor evangélico, ele exerceu também a função de ouvidor municipal e diretor da Itaurb, na administração passada.
Candidatos de farinha
A maioria dessas candidaturas é de “farinha”. Ou seja, elas não são para valer. Parte se candidata para “cacicar” para as eleições municipais daqui a dois anos, seja candidatando-se a vereador ou mesmo para prefeito.
As candidaturas podem ser também uma forma de faturar um “trocado” do fundo partidário destinado à campanha eleitoral. São úteis para se compor o coeficiente eleitoral que fortalece a legenda.
Todos, claro, prometem que vão atuar em “prol” do desenvolvimento socioeconômico de Itabira.
O mais provável é que ninguém se eleja por Itabira, um colégio eleitoral terra de ninguém, onde mais de 200 candidatos em todas as eleições garimpam votos.
Faça pois a sua escolha. E que a democracia seja preservada, mesmo com as nuvens cinzentas que a ameaçam.