O que está em jogo na eleição presidencial é a escolha entre civilização ou barbárie

Rafael Jasovich*

Pelas últimas pesquisas publicadas aferindo os votos para o cargo de presidente da Republica tudo parece indicar um segundo turno entre o candidato do PT, Fernando Haddad e o candidato de PSL, Jair Bolsonaro.

O rápido crescimento de Haddad indica uma transferência de votos do ex-presidente Lula para o candidato do PT. Os demais candidatos ou caíram ou tiveram oscilações dentro da margem de erro.

Os analistas de mercado começam a fazer avaliações sobre esta possibilidade. E, ao que parece, já apostam numa vitória de Haddad no segundo turno.

O candidato ungido por Lula já recebeu vários convites para encontros com banqueiros e empresários. A expectativa do setor é a de que, tão logo ele se consolide como postulante ao segundo turno, as conversas avancem.

Ao defender a democracia e a legitimidade das eleições, em contraposição à candidatura fascista e preconceituosa de Jair Bolsonaro, o candidato à presidência Fernando Haddad (PT) vai se colocando como o candidato da pacificação nacional.

Além da postura pró-democracia, há em Haddad o viés de diálogo e de um cessar-fogo entre candidatos. O ex-prefeito começa a se colocar como interlocutor viável para a convivência republicana, inclusive diante de siglas que hoje estão com o PSDB.

Porém, já provavelmente a partir do próximo programa de TV, vai se mostrar, sem desfocar do “é Lula”, também, como o homem emocional e politicamente preparado para a pacificação, para a retomada de outro valor perdido com a “Era Lula”: a tranquilidade, a fraternidade, a identificação da classe média com o seu povo.

Segundo a coluna Painel do jornal Folha de S. Paulo, além da postura pró-democracia, há estratégia no discurso de Fernando Haddad (PT) quando ele defende o diálogo e um cessar-fogo entre candidatos.

Mais do que atrair alguns votos da esquerda que ainda habitam as candidaturas Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede), o ex-prefeito começa a se colocar, de olho num segundo turno, contra Jair Bolsonaro (PSL), como interlocutor viável para a convivência republicana, inclusive diante de siglas que hoje estão com o PSDB.

Um aliado explica: “este embate precisa ser o da civilização x barbárie”.

Haddad de agora em diante deve projetar a imagem de pacificador. A cúpula da campanha acredita que, consolidado o crescimento do petista, o segundo turno será uma disputa de rejeições: o antipetismo contra o antibolsonarismo. No PT, dizem os aliados, “só Haddad tem perfil que possa amenizar a rejeição à sigla”.

Fernando Haddad manifestou essa conduta pacificadora em dois momentos: ao discursar no Festival Lula Livre, em São Paulo, e na sabatina promovida pelo portal UOL: “você está falando com uma pessoa que não tem nada de sectário, que ajudará a construir um amplo campo de apoio democrático popular”.

Em outras declarações chegou a manifestar que no hipotético caso de um segundo turno entre os tucanos e o PSL ele não teria duvida nenhuma e apoiaria Geraldo Alkmin.

Esta eleição tem caraterísticas bem diferentes de todas as outras já acontecidas desde a instalação da democracia no Brasil. Por isso todas as avaliações devem ser extremamente cuidadosas e fazer vaticínios baseados em preferências pessoais não levam a resultados que se aproximem da realidade.

*Rafael Jasovich é jornalista, advogado, secretário e fundador da Associação Gremial de Advogados da Capital Federal, membro da Anistia Internacional

 

 

 

 

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1 Comentário

  1. A barbárie seria Fernando Haddad presidente, pertence ao partido que roubou o futuro dos brasileiros, não fez nada que prometeu em São Paulo como prefeito, os que votam no PT ou são idiotas ou recebem alguma vantagem .

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