2021, um ano para esquecer

Rafael Jasovich*

O ano de 2021 chega ao fim. Foi um ano trágico, desesperador, com registro de mais de 600 mil mortes pela Covid-19, famílias e amigos em luto.

Nada a comemorar, portanto. Desemprego brutal, famílias sem alimentação, sem saber o que irão comer no dia de hoje, sem perspectiva de futuro, passando fome, privando-se das necessidades básicas.

Paradoxalmente, o Tribunal de Contas da União (TCU) informa que o exército comprou picanha com o dinheiro que tinha para aplicar no combate à Covid-19. Um absurdo, total desrespeito à vida.

Desastres climáticos na Bahia e Minas Gerais. Enquanto toda essa tragédia acontece, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tira férias e vai pescar. Mas o que esperar do capitão, um ser que despreza a vida dos brasileiros, um negacionista. Misógino, racista que só se interessa em proteger a ¨famiglia¨.

Destrói a economia do país e vende ativos a preço de banana.

Única noticia que pode nos alegrar é a iminente vacinação das crianças. Isso depois de o governo federal tentar barrar, mas que teve de retroceder diante do clamor popular.

Responsável pelo controle de doenças no Brasil, o Programa Nacional de Imunizações 9PIN) passa por um momento inédito em seus 48 anos de existência.

Sem um coordenador desde a saída de Franciele Fontana, em 7 de julho, o programa tem desafios que vão além da Covid-19, com a queda brusca nas coberturas vacinais do calendário nacional de vacinação.

Mesmo diante desse cenário, o PNI enfrenta pela primeira vez um presidente da República e integrantes do governo que adotam um discurso antivacina.

O Ministério da Saúde informou nessa segunda-feira (27) que a vacinação de crianças de 5 a 11 anos contra a Covid-19 deve começar em janeiro de 2022, após uma desnecessária audiência pública

Em nota, a pasta enfim declarou que a recomendação é para inclusão da faixa etária no Plano Nacional de Imunização.

Segundo o ministério, a posição favorável à vacinação poderá ser formalizada no dia 5 de janeiro, após o fim do prazo da consulta pública aberta para tratar da questão.

Isso se a recomendação for mantida. Ainda tentando barrar.

Que 2022 seja um ano de esperança, resiliência e resistência, é o meu desejo ao leitor da Vila de Utopia.

Por um Brasil mais justo socialmente, democrático e inclusivo.

*Rafael Jasovich é jornalista e advogado, membro da Anistia Internacional.

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