Sindicato acompanha as medidas de prevenção da covid-19 na Vale e não vê necessidade de parar a produção, diz André Viana
Com as medidas protetivas e preventivas adotadas na mineradora, o vereador e presidente do sindicato Metabase, André Viana (Patriotas), não vê necessidade de a Vale parar a produção em Itabira, pelo menos neste momento.
“Só se houver uma disseminação muito rápida e perigosa do vírus por aqui é que a empresa deve parar”, projeta André Viana, o que ele espera não acontecer. “Podem ser negociadas também férias coletivas, caso a situação se agrave.”
Segundo ele, dos 4 mil empregados que a empresa mantém em seu quadro no complexo de Itabira, 1,1 mil estão trabalhando remotamente, principalmente o pessoal dos escritórios e dos grupos de risco.
O sindicalista assegura que não tem ocorrido aglomeração de pessoas nos restaurantes, assim como também nos relógios de ponto. Os ônibus estão transitando com ocupação reduzida.
E a medicina do trabalho tem monitorado de perto as condições de saúde dos empregados nas minas e nas áreas operacionais, como também os que estão trabalhando em casa.
Com a pandemia do novo coronavírus (covid-19), segundo o sindicalista, muitos trabalhadores de empresas terceirizadas entraram em férias coletivas – e aqueles que estão com trabalho suspenso recebem 35% do salário como complemento do seguro desemprego.
Sem aglomeração
Nas áreas operacionais e nas minas também não há aglomeração de pessoas. “As usinas são separadas por áreas, trabalhei sete anos e posso garantir que não há aglomeração. Na usina primária e no peneiramento fica um só operador em cada área, enquanto na usina 1, dois operadores cuidam de equipamentos dispostos em sete andares.”
Ainda segundo ele, nas oficinas mecânicas, que estão funcionando com grupos reduzidos, também não ocorre aglomeração de trabalhadores. “Trabalham no máximo três pessoas por ordem de serviço e ficam distantes uma das outras.”
É o que ocorre também nas minas com um único operador por equipamento, tendo no máximo um ajudante de cabo para as retroescavadeiras elétricas. As minas são de grande extensão e a comunicação é feita por rádio transmissor. “Praticamente não há contato direto entre os operadores, só no início e no encerramento das jornadas, quando os cuidados necessários são tomados, com distanciamento e uso de máscara.”
Reivindicações em tempo de pandemia
André Viana conta que os testes rápidos que serão realizados entre os empregados da Vale, para detectar possíveis casos de infecção pelo novo coronavírus (covid-19), foram sugeridos ao sindicato Metabase pelos próprios empregados, que apresentaram outras reivindicações específicas à empresa. Os testes devem ser realizados assim que chegar o novo lote adquirido da China. Leia mais aqui.
Entre as reivindicações, além de itens de higiene que devem ficar disponíveis em todos os equipamentos operacionais, há ainda outras de cunho trabalhistas, como cartão alimentação extra durante o período de pandemia, inclusive para os empregados das empresas contratadas.
Outra reivindicação é a valorização devida aos operadores nas minas e nas usinas que permanecem em atividade, por ocasião da distribuição da próxima PLR. Reivindicam ainda o adiantamento do 13º salário.
No item saúde, cobram a reposição imediata das vacinas H1N1(influenza) nos laboratórios autorizados. E que seja feita revisão da idade, para que a vacina possa ser aplicada em empregados a partir de 50 anos. E que esteja disponível também aos trabalhadores de empresas terceirizadas.
No destaque, André Viana preside assembleia dos trabalhadores da Vale em novembro de 2019 (Foto: Divulgação)