Em mais uma sessão na Câmara Municipal aberta para o projeto “30 anos sem Drummond”, a presidente da Associação Itabirana dos Artistas e Artesãos de Itabira, Rosemary Penido de Alvarenga, disse que os artesãos itabiranos confeccionam verdadeiras obras de artes manuais com temas relacionados a Drummond e sua obra literária.
O poeta itabirano faleceu no dia 17 de agosto de 1987 de infarto, aos 84 anos, doze dias depois da morte de sua filha Maria Julieta Drummond de Andrade. “Drummond morreu de amor”, como bem diagnosticou a cardiologista e geriatra Elizabeth Viana de Freitas, que cuidou do poeta nos seus últimos anos de vida.
O projeto “30 anos sem Drummond” é de autoria do vereador Paulo Soares (PRB), instituído para exaltar o filho mais ilustre de Itabira e a sua obra literária.
Parte da produção dos artesãos itabiranos fica exposta no saguão de entrada da Câmara até esta quinta-feira (17/8). E pode ser adquirida nas feiras que ocorrem toda quinta-feira, no horário de 9h às 17h30, no Largo do Batistinha, e também no Centro de Artesanato, na praça Doutor Joaquim Pedro Rosa, próximo da Catedral.
“Além de ser um serviço prazeroso e criativo, o fazer artesanal possibilita uma renda extra às famílias, principalmente para as mulheres que são guerreiras. Com a renda obtida, elas ajudam no orçamento das famílias.”
De acordo com a escritora, artista plástica e artesã itabirana, mesmo tendo deixado Itabira ainda na adolescência, Drummond nunca abandonou a terra natal. E se mantém presente na cidade por meio de sua obra, tendo como referências personalidades e lugares por ele citados.
“Drummond nos deixou 23 livros de preciosidade que nos encantam”, definiu. “São tantas citações de sua família, seus sentimentos, os costumes, o jeito mineiro de ser e as referências à sua terra natal presentes em suas obras”, relacionou Rosemary, que estranha o fato de alguns itabiranos ainda acharem que o poeta abandonou Itabira.
Ela contou que o centro de artesanato recebe visitas de turistas do país e também de fora, todos ávidos de conhecer a terra natal do poeta. “Recebemos professores e pessoas cultas que se dizem encantadas de percorrer os caminhos e conhecer as referências citadas pelo poeta. A herança cultural que Drummond nos deixa é para sempre, diferente das jazidas de minério que têm tempo determinado de existência”, comparou.
Reforma
Rosemary Penido aproveitou para pedir aos vereadores que façam uma indicação ao prefeito para incluir a reforma da antiga Casa de Distribuição de Energia no projeto de restauração do conjunto arquitetônico da usina Ribeirão de São José. No local, há 30 anos funciona o Centro de Artesanato.
“É um patrimônio histórico onde, em sua fachada, estão dois bustos dos ex-prefeitos coronel José Batista e Alexandre Drummond, ambos obras do santeiro Alfredo Duval”, salientou.
A programação para lembrar e enaltecer a obra do poeta se estenderá até o fim de agosto, com palestras, debates e saraus poéticos organizados pela Câmara Municipal e pela Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade.
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